SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Um médico de 51 anos reagiu a um assalto e matou o suspeito pelo crime na noite de quinta-feira (4) na Vila Nova Conceição, na zona sul de São Paulo.
O médico possui registro de CAC (sigla para colecionador, atirador desportivo e caçador). Ele contou à polícia que havia deixado o trabalho pouco antes e seguia para um clube de tiro em Moema, na mesma região, quando foi abordado.
Conforme consta no boletim de ocorrência, o médico Jonathas Ubiracaba de Aquino seguia com um Toyota Hilux pela rua Doutor Alceu de Campos Rodrigues, quando, próximo do cruzamento da avenida Santo Amaro, ao parar em um semáforo, foi abordado por um ladrão.
Aquino contou para policiais militares que o criminoso anunciou o assalto e golpeou o vidro do carro com o que parecia ser uma arma de fogo. O médico relatou que, temendo pela vida, pegou a pistola e o carregador que se encontravam em uma mochila ao lado do banco do motorista. Após municiar a arma, efetuou um único disparo de dentro do carro. O tiro perfurou o vidro e acertou o tórax de Antonio Walber Alves de Oliveira, 27. Uma arma falsa foi encontrada ao lado do corpo.
O médico afirmou ter pedido para que um segurança ligasse para o telefone 190. Um médico do Hospital São Luiz, que fica na mesma rua, foi ao local e constatou a morte de Oliveira.
Aquino disse que somente depois da chegada da polícia soube que a arma usada pelo bandido não era de verdade.
Aquino apresentou para os policiais uma pistola Glock G19 de calibre 9 milímetros, além da documentação. Dentro do automóvel foram encontrados munições e alvos de papel que, segundo o médico, seriam utilizados para a prática esportiva.
De acordo com boletim de ocorrência, a documentação de atirador desportivo está valida, assim como a arma devidamente registrada. No entanto, a guia de tráfego da arma venceu em 2023, motivo que levou o delegado Fabio Luiz Romanini a registrar porte ilegal de arma de fogo.
O delegado, no entanto, escreveu que a prisão me flagrante por porte ilegal seria “desproporcional, uma vez que a arma está registrada em seu nome e legalmente adquirida” e que o médico não representa risco à ordem pública.
O caso foi registrado no 14º DP (Pinheiros) como homicídio, legítima defesa, posse ou porte ilegal de arma de fogo de uso restrito e tentativa de roubo.