PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – O publicitário Ricardo Jardim, 65, suspeito de ter esquartejado uma mulher e deixado uma mala com parte do corpo na rodoviária de Porto Alegre, já havia sido condenado em 2018 a 28 anos de prisão por matar a própria mãe e concretar o corpo dentro de um armário.

Ele foi preso em 2015 pela morte da mãe, Vilma Jardim, então com 76 anos. Foi condenado três anos depois por homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e posse ilegal de arma. Em 2024, progrediu para o regime semiaberto e atualmente era considerado foragido.

De acordo com informações da época, o corpo de Vilma foi encontrado com 13 ferimentos à faca. Ricardo negou envolvimento na morte, mas confessou ter escondido o corpo, disse a polícia.

Segundo a denúncia do Ministério Público, ele matou a mãe para ficar com uma herança de aproximadamente R$ 400 mil deixada por seu pai, que havia morrido em 2014. A investigação apontou que depois do crime, Ricardo teve um aumento em seu padrão de vida que era incompatível com sua renda.

Durante o julgamento, a defesa alegou que não havia provas que justificassem a condenação por homicídio. Segundo Ricardo, a mãe teria se suicidado. A reportagem não conseguiu localizar seus advogados atuais.

Dez anos após a morte de Vilma, a Polícia Civil do Rio Grande do Sul prendeu novamente Ricardo na noite de quinta-feira (4) em uma pousada na zona norte de Porto Alegre, após identificá-lo a partir de registros de câmeras de segurança.

De acordo com a polícia, ele é suspeito de ter matado e esquartejado a namorada no dia 9 de agosto. Onze dias depois, ele teria deixado uma mala com parte do corpo em guarda-volumes da rodoviária da cidade.

A equipe da rodoviária acionou a polícia devido ao mau odor que exalava da mala. A bagagem foi aberta em um espaço de descarte de lixo, onde se confirmou que se tratava de restos humanos enrolados em plástico.

A vítima não teve o nome divulgado e morava na mesma pousada onde Ricardo vivia. O caso é tratado como feminicídio.

Além do tronco humano encontrado na rodoviária, restos mortais da vítima também foram achados em 13 de agosto no bairro Santo Antônio, na zona leste de Porto Alegre. Um exame confirmou que o material genético encontrado nos dois locais são da mesma mulher.

A perícia também identificou a presença do DNA do suspeito no corpo da vítima.