SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após um hiato de nove anos, o Brasil volta a receber um evento da elite feminina do tênis a partir deste sábado (6), com o início do SP Open, no parque Villa-Lobos, em São Paulo.

Encabeçado pela paulistana Beatriz Haddad Maia, número 22º do ranking e em busca do primeiro título da temporada, o torneio em quadra dura atraiu grande interesse do público, em um momento de alta da modalidade no país, mesmo com a ausência de grandes nomes internacionais.

O SP Open terá 32 tenistas na chave principal, 24 no “qualifying” e 16 duplas. O “qualifying” será disputado nos dias 6 e 7, e a chave principal, do dia 8 ao dia 14, com transmissão das principais partidas pelo SporTV.

Bia Haddad é a única atleta da competição que está entre as 70 melhores do ranking da WTA (a associação das tenistas profissionais). Serão, ao todo, sete tenistas do top 100 no torneio da capital paulista.

A chave principal conta ainda com outras seis brasileiras: Laura Pigossi (106ª), campeã no Pan de Santiago, e Carolina Meligeni Alves (243ª) também entraram via ranking. Já Luiza Fullana (463ª), Ana Candiotto (605ª) e as promessas Naná Silva (1117ª) e Victoria Barros (1143ª) receberam convites da organização.

No “qualifying”, que define as últimas quatro vagas à chave principal, o Brasil será representado por Luisa Stefani (sem ranking em simples) e Pietra Rivoli (1450ª), campeã do Roland Garros Junior Series.

Nas duplas, o país tem três tenistas no top 100 confirmadas na competição: Luisa Stefani (24ª), Bia Haddad (30ª) e Ingrid Martins (70ª).

“É uma oportunidade muito legal de jogar, no Brasil, um torneio desse tamanho”, afirmou à Folha Carol Meligeni, paulistana de 29 anos e sobrinha do ex-top 25 Fernando Meligeni.

“A competição contribui para o desenvolvimento do tênis, porque, além de ser uma oportunidade para as mais novas estarem nesse ambiente, com jogadoras de nível muito alto, também para a gente, que já está no circuito há vários anos, poder jogar em casa, ter essa experiência num torneio grande, um WTA no Brasil, ajuda a dar visibilidade para o esporte”, acrescentou a tenista.

O SP Open terá uma premiação total de US$ 275 mil (R$ 1,5 milhão) e é um torneio da categoria WTA 250, dando à campeã 250 pontos no ranking mundial.

É o quarto principal nível no circuito internacional, atrás dos torneios WTA 500 e WTA 1000 e dos quatro Grand Slam —Australian Open, Roland Garros, Wimbledon e US Open—, que dão 2.000 pontos às campeãs.

A última ocasião em que o país recebeu torneios WTA 250 foi em 2016, quando o Rio Open ainda contava com categorias masculina e feminina. Aquele foi também o último ano em que Florianópolis sediou um evento da categoria.

A paulistana Naná Silva, de 15 anos e 39ª no ranking juvenil, disse que sua primeira participação em uma competição WTA 250 será ainda mais marcante por ser no parque Villa-Lobos, onde começou a treinar.

“São Paulo merece receber um torneio deste nível, que representa um marco importante para o tênis brasileiro. Estou muito ansiosa para entrar em quadra com a torcida da minha família, dos meus amigos e de todos os que sempre me apoiam”, afirmou Naná, que se tornou no ano passado a primeira tenista nascida em 2010 a figurar no ranking adulto da WTA.

“Um torneio como o SP Open inspira muitas meninas que estão começando a jogar.”

Com o desempenho de João Fonseca aumentando o interesse da torcida brasileira pelo esporte nos últimos meses, houve forte procura pelos ingressos, esgotados duas horas após a abertura para vendas, em junho.

Melhor tenista do Brasil na categoria feminina nos últimos anos, Bia Haddad, de 29 anos, terá a responsabilidade de liderar o evento em uma temporada sem grandes resultados até aqui.

São 23 derrotas e apenas dez vitórias em 2025. A melhor campanha foi no WTA 500 de Estrasburgo, na França: avançou até as semifinais, parando na cazaque Elena Rybakina.

Sua última competição foi o US Open, em Nova York, onde deu fim a uma sequência de quatro derrotas seguidas. Ela avançou até as oitavas de final, caindo diante da norte-americana Amanda Anisimova.

As duas principais tenistas estrangeiras anunciadas inicialmente pela organização, a tunisiana Ons Jabeur e a norte-americana Hailey Baptiste, acabaram desistindo de participar.

Ex-número 2 do mundo e atual 77ª do ranking, Jabeur anunciou uma pausa na carreira para cuidar da saúde mental.

Baptiste, 47ª do ranking, também apontou o cuidado com a saúde mental para desistir da competição. Ela eliminou Bia Haddad na primeira rodada de Roland Garros, em maio. “Preciso priorizar minha saúde mental, mas estou ansiosa para jogar em São Paulo no ano que vem.”

Com os desfalques, os principais destaques internacionais do SP Open serão a argentina Solana Sierra, 74ª do ranking, a filipina Alex Eala, 75ª, e a australiana Ajla Tomljanovic, 79ª.

O sorteio da chave principal ocorrerá neste sábado (6).

Na chave de duplas, a húngara Timea Babos (25ª no ranking) e a brasileira Luisa Stefani (24ª), que avançaram até as quartas de final no US Open, formam a principal parceria.

A disputa também terá a dupla formada por Bia Haddad (30ª) —com oito títulos em duplas, entre eles no WTA 1000 de Madri— e Ana Candiotto (380ª).

“Vai ser muito especial, é um momento que vou lembrar para sempre. É uma honra dividir a quadra com uma pessoa que admiro muito”, disse Candiotto, que fará seu primeiro jogo de duplas em um torneio de nível WTA.

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CABEÇAS DE CHAVE DA DISPUTA DE SIMPLES DO SP OPEN

– Beatriz Haddad Maia (22ª)

– Solana Sierra (74ª)

– Alexandra Eala (75ª)

– Ajla Tomljanovic (79ª)

– Renata Zarazua (82ª)

– Francesca Jones (89ª)

– Leolia Jeanjean (93ª)

– Panna Udvardy (134ª)