BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ligou nesta sexta-feira (5) para Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, que manifestou apoio ao acordo entre Mercosul e União Europeia e à realização da COP30 em Belém, marcada para novembro deste ano.

Lula também defendeu que qualquer regulamento sobre salvaguardas que seja adotado internamente pela UE precisa estar em conformidade com os termos pactuados no acordo entre os blocos.

As salvaguardas são medidas temporárias que um país pode fazer para proteger sua economia, previstas pela OMC (Organização Mundial do Comércio). O mecanismo, típico do comércio internacional, protege o país importador de flutuações bruscas no mercado que possam prejudicar a economia local. O item foi o que fez a França ceder ao tratado. No caso europeu, há ainda um receio em competir com o Brasil, o maior exportador de carne bovina e de aves do mundo.

A Comissão Europeia iniciou a etapa final de aprovação do acordo União Europeia-Mercosul na última quarta-feira (3).

Lula saudou o envio do acordo pela Comissão para aprovação pelo Conselho Europeu, como mais um passo importante para sua assinatura.

O presidente tem intenção de firmar o acordo ainda neste ano, o que foi manifestado diversas vezes pelo líder a representantes do continente europeu. Em sua ligação com Emmanuel Macron, presidente da França, Lula reiterou esse prazo e o pedido de apoio ao francês para assinatura do acordo.

Os dois líderes, que se falaram por cerca de 20 minutos, concordaram que, diante do momento de “incerteza e desestruturação do comércio internacional”, a parceria entre os dois blocos regionais seria ainda mais estratégica. A perspectiva é de que o futuro acordo criará um mercado de mais de 700 milhões de pessoas e corresponderá a 26% do PIB global.

Como nas demais ligações feitas a líderes mundiais desde o anúncio do tarifaço imposto pelos Estados Unidos de Donald Trump, Lula reforçou um discurso em prol do multilateralismo e de estreitamento de parcerias comerciais com outros países.

A questão climática também foi tema da conversa para além do apoio à COP30, a conferência climática da ONU, na qual os dois reforçaram compromisso com metas de descarbonização da economia e citaram a implementação do Acordo de Paris (tratado internacional para limitar o aquecimento global).