SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O furacão Katrina atingiu a costa americana do Golfo do México há cerca de 20 anos, com rajadas de vento superiores a 210 km/h e uma elevação do nível da água maior que um prédio de dois andares. Entre as estruturas devastadas pela catástrofe estava a linha ferroviária que percorria a costa, conectando a população da Louisiana, Mississippi e Alabama. No fim de agosto, duas décadas depois e após múltiplos esforços da população local, o serviço foi reinaugurado.

A Amtrak, empresa estatal de transporte ferroviário dos Estados Unidos, retomou o serviço pela primeira vez desde que foi interrompido com a passagem do Katrina, em 2005. Batizado de Mardi Gras, em referência ao popular carnaval de Nova Orleans e outras cidades da região, o trem fará duas viagens de ida e volta por dia, ampliando a oferta em relação ao serviço anterior, que operava apenas duas vezes por semana.

A reabertura foi celebrada no fim de agosto com autoridades locais, parlamentares e moradores, que lotaram as estações em cidades como Nova Orleans, Gulfport e Mobile. Bandas, desfiles e trajes típicos marcaram a festa, vista como símbolo de recuperação econômica e cultural para a região.

A mídia local afirmou se tratar de um resultado fruto do esforço comunitário. O retorno do trem somente foi possível após quase duas décadas de pressão da Comissão Ferroviária do Sul, da organização Transportation for America e de líderes políticos, entre eles o senador republicano Roger Wicker, do Mississippi.

O grupo negociou com concessionárias de carga, realizou estudos e viabilizou novos programas federais de financiamento para o transporte ferroviário. Com isso, organizaram a reconstrução de toda a infraestrutura, além do planejamento de viabilidade comercial e logística do projeto.

Segundo a organização que anunciou a retomada do serviço, o desafio, a partir de então, é garantir a pontualidade e atrair passageiros —condição essencial para a continuidade do serviço após um período inicial financiado por subsídios federais e estaduais.

Além da rota no Golfo, o projeto é visto como um possível precedente para futuras expansões da malha ferroviária de passageiros nos Estados Unidos.