PEQUIM, CHINA (FOLHAPRESS) – O líder do regime chinês, Xi Jinping, teve um encontro com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, nesta quinta-feira (4) um dia após entrarem lado a lado do presidente da Rússia, Vladimir Putin, no desfile militar promovido por Pequim.

Durante a conversa, Kim afirmou que continuará apoiando a China em questões estratégicas, como, por exemplo, em relação a Taiwan —para Pequim, a China continental e Taiwan são duas partes de uma só China.

“O lado norte-coreano continuará a apoiar firmemente a posição da China em questões que envolvem os interesses centrais do país, incluindo Taiwan, Tibete e Xinjiang, e apoiará a China na defesa de sua soberania nacional e integridade territorial”, disse Kim, segundo a agência estatal chinesa Xinhua.

Os líderes assumiram compromisso de fortalecer a coordenação estratégica em assuntos internacionais, regionais e econômicos, além de resguardar interesses em comum. Discutiram também o desenvolvimento das nações com base em doutrinas comunistas, o que os colocaria com ideais e metas em comum, e mostraram que querem aprofundar ainda mais a relação entre os países, segundo a Xinhua.

“Independentemente de como a situação internacional se altere, essa posição não mudará. A China continuará apoiando a Coreia do Norte a seguir um caminho de desenvolvimento adequado às suas condições nacionais e a abrir novos horizontes para sua causa socialista”, disse Xi.

Na mesma noite, Xi e Kim participaram de um chá em formato restrito e de um banquete, segundo a agência.

A conversa acontece cerca de seis anos após último encontro entre os líderes, realizado em 2019 quando Xi visitou Pyongyang, a capital norte-coreana. É promovido também em um momento em que Pequim tenta consolidar sua força no Oriente frente às sanções impostas por Donald Trump, que tenta também negociar o fim da Guerra da Ucrânia com Putin.

Na quarta-feira (3), Kim já havia se encontrado com Putin em Pequim, onde reafirmaram a parceria entre os países. O ditador norte-coreano disse que certamente ajudará a Rússia caso seja necessário.

“Se a Coreia do Norte puder ajuda a Rússia de qualquer forma, certamente o fará, é um dever fraternal”, afirmou segundo a agência estatal de notícias russa Sputnik.

Já Putin declarou que as nações estão desenvolvendo uma relação especial e que estava feliz que foi possível encontrar Kim nesta ocasião. “Recentemente, as relações entre os nossos países assumiram um caráter especial de confiança e amizade, um caráter aliado.”

A relação entre a Rússia e a Coreia do Norte é criticada pelo Ocidente por envolver o envio de ajuda na Guerra da Ucrânia. Na ofensiva de mais de três anos, Kim já enviou milhares de soldados para auxiliar o Exército russo.

Em junho deste ano, o ditador prometeu ainda apoio incondicional na guerra, segundo a agência estatal de notícias de Pyongyang. No ano passado, os líderes assinaram um acordo estratégico que inclui a cooperação militar e assistência mútua em caso de agressão.

Putin também se encontrou com Xi durante sua ida à China para diferentes eventos. Na reunião principal, o russo afirmou que a relação entre os países chegou a um nível “sem precedentes”.

Além do desfile militar, Putin participou dos encontros da Organização para Cooperação de Xangai neste final de semana. O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, também estava presente.