FLORIANÓPOLIS, SC (FOLHAPRESS) – O Sol se apagará por 6 minutos e 22 segundos em 2 agosto de 2027. Não é o fim dos tempos, mas um eclipse solar total. A Lua se posicionará entre a Terra e a estrela, bloqueando a passagem dos raios de luz. Lembrará o fim do dia, mas com o surgimento de uma coroa solar.

O fenômeno pode ser considerado o maior do século sob uma perspectiva específica: sua trajetória atravessando diversos países.

Em 22 de julho de 2009, outro eclipse teve maior duração, de 6 minutos e 39 segundos, cobrindo parte do continente asiático, explica a Nasa. Esse evento, porém, teve incidência por maior tempo no Oceano Pacífico.

Será impossível acompanhar o evento no Brasil, segundo o site Time and Date. A escuridão completa atingirá apenas uma faixa que compreende dez países e vai do sul da Espanha à Somália. Outros territórios na África, Ásia, Europa e Canadá poderão acompanhar o acontecimento de forma parcial.

A duração prolongada é consequência de múltiplos fatores, conta a astrônoma do Observatório Nacional Josina Nascimento. Entre eles, estão a proximidade da Terra com a Lua e com o Sol, as velocidades de rotação do planeta e seu satélite natural, além da localização de onde incidirá a sombra.

O evento começará às 4h30 da manhã (horário de Brasília), quando inicia o eclipse parcial. O auge será às 7h06. Cerca de 4,6 bilhões de pessoas verão alguma parte do obscurecimento. Em sua fase máxima, 88,9 milhões poderão observar o evento —cerca de 1.1% da população mundial, conforme dados da Universidade Columbia, em Nova York, Estados Unidos.

Em 2024, outro evento do tipo tapou o Sol por 4 minutos e 28 segundos na América do Norte.

Para quem estiver na área de incidência, é necessário usar equipamentos para proteger a vista. É preciso usar filtros apropriados por no máximo 30 segundos e descansar a vista entre 1 e 2 minutos. “Nunca se pode olhar para o Sol, em hipótese alguma”, alerta Nascimento. “Um filtro bem acessível são os de soldador número 14 que podem ser encontrados em lojas de ferragens.”

Em 21 de setembro, acontecerá o próximo eclipse solar parcial, que só poderá ser visto da Antártida. Como explica Nascimento, o eclipse solar sempre acompanha um lunar.

No domingo (7), ocorrerá o maior eclipse lunar total desde 2022, mas também sem visibilidade no Brasil. Isso porque é necessário alinhamento entre os três corpos para provocar o evento. “Quando esse quase alinhamento acontece na Lua nova —eclipse solar— ele vai acontecer também ou na Lua cheia anterior ou na posterior —eclipse lunar.”

O eclipse lunar de 2027, que acontecerá em 17 de agosto, também será imperceptível no Brasil. “Nós vamos ver a Lua, vamos saber que ela está na penumbra, mas não vamos ver diferença na sua luminosidade, a olho nu.”