WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – Diante da articulação para aprovar um perdão a aliados de Jair Bolsonaro (PL), o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) poupou de críticas o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP) e afirmou estar ao lado de quem quer aprovar a anistia.
A declaração foi dada nesta quinta-feira (4) em Washington, onde o parlamentar está para conversar com integrantes do governo Donald Trump em meio ao julgamento do pai no STF (Supremo Tribunal Federal).
Eduardo foi ao hotel onde estão empresários de comitiva da CNI (Confederação Nacional da Indústria). Ele disse ter sido convidado e conversou com dois representantes do setor da pesca. A presença dele no local gerou incômodo entre outros integrantes de associações, que querem evitar dar uma conotação política à tentativa de negociar tarifas com outros empresários americanos e membros do governo Trump.
A jornalistas Eduardo voltou a defender a aprovação da anistia como uma forma de reduzir as tarifas de 50% impostas pelo presidente dos EUA a produtos importados do Brasil. “Se nós votarmos a anistia, eu te asseguro com tranquilidade, a gente vai sentar na mesa”, disse.
“A gente não, porque eu não estarei nessa mesa. Mas quem quer que venha aqui negociar estará sentado em uma melhor posição junto ao pessoal do governo Trump, que eu tenho absoluta certeza, vai reduzir tarifa, talvez zerar, enfim”, complementou.
Ele depois foi questionado se vê Tarcísio de Freitas como um bom candidato para 2026, como querem cardeais do centrão, e evitou criticá-lo.
“Acho que o momento agora não é da gente discutir a eleição. Falta um ano para a eleição, está muito cedo. Vou me esquivar abertamente dessa pergunta, tá bom? Eu acho que eu e o Tarcísio a gente converge em muito mais pautas do que divergem, e quem estiver dentro do barco da anistia, a gente está junto com certeza”, disse.
Tarcísio tem encabeçado nesta semana a articulação a favor da anistia a acusados pelos ataques do 8 de janeiro e ao próprio Bolsonaro.
O gesto de Eduardo Bolsonaro ocorre após seguida críticas do deputado a Tarcísio. Recentemente, ele se queixou de quem fala em substituir seu pai na corrida eleitoral e afirmou que “essas mesmas pessoas ainda dizem que é para o bem de Bolsonaro”.
“Se houver necessidade de substituir JB, isso não será feito pela força nem com base em chantagem. Acho que já deixei claro que não me submeto a chantagens. Qualquer decisão política será tomada por nós. Não adianta vir com o papo de ‘única salvação’, porque não iremos nos submeter. Não há ganho estratégico em fazer esse anúncio agora, a poucos dias do seu injusto julgamento”, chegou a declarar.