SALVADOR, BA (FOLHAPRESS) – Oito pessoas foram presas na manhã desta quinta-feira (4) por suspeita de participação de um esquema de grilagem de terras no litoral norte da Bahia.

Dentre os presos estão um empresário e quatro policiais, suspeitos de crimes de grilagem de terras, corrupção ativa e passiva. A investigação corre em segredo de Justiça e os nomes dos presos não foram divulgados.

A ação criminosa inclui áreas no entorno da rodovia Linha Verde, um dos principais polos turísticos do estado.

A operação Grilagem S.A. foi realizada pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas e Investigações Criminais) do Ministério Público da Bahia, pela Secretaria de Segurança Pública do estado e pelas das corregedorias das Polícias Militar e Civil.

Foram cumpridos onze mandados de busca e apreensão e oito mandados de prisão nas cidades de Salvador, Candeias e Camaçari.

A investigação aponta que a organização criminosa atuava “de forma estruturada e meticulosa”. Eles invadiam os terrenos, expulsavam aqueles que se opusessem à invasão, erguiam construções, falsificavam os documentos de posse e vendiam os imóveis para pessoas que não sabiam do esquema.

O grupo criminoso usava da violência e de ameaças para garantir o domínio das áreas invadidas, contando com o apoio de policiais.

A ação é um desdobramento de investigações iniciadas com a operação Crickets, de março de 2022, cuja denúncia foi acolhida pelo Tribunal de Justiça da Bahia e também está em sigilo.

Na época, três pessoas foram presas pelos crimes de furto qualificado, dano qualificado, incêndio e associação criminosa. Eles teriam participado, em novembro de 2021, da derrubada e incêndio de casas uma comunidade de Catu de Abrantes, na cidade de Camaçari, onde viviam cerca de 30 famílias.