BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O presidente Lula (PT) marcou um almoço com o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e ministros de seu governo filiados ao União Brasil um dia após o partido orientar a saída daqueles que tiverem mandatos.

Devem comparecer ao almoço os ministros Celso Sabino (Turismo), Waldez Góes (Desenvolvimento Regional) e Frederico Siqueira Filho (Comunicações). Os dois últimos foram indicados por Alcolumbre.

Na terça (2), a cúpula da federação entre União Brasil e PP (Progressistas) anunciou que políticos com mandato que ocupam cargos na Esplanada deveriam sair do governo até o dia 30 de setembro, sob pena de serem expulsos.

Com isso, André Fufuca (Esporte) e Celso Sabino (Turismo), deputados federais licenciados pelo PP e pelo União Brasil, respectivamente, deveriam deixar os cargos.

A ministra Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais) também estará no encontro desta quarta. Na véspera, após o anúncio da federação, a responsável pela articulação política do governo cobrou que todos que tiverem indicado aliados para cargos na gestão federal, independentemente de terem mandato ou não, devem ter compromisso com Lula e votar com o Planalto em projetos prioritários.

“Quem permanecer deve ter compromisso com o presidente Lula e com as pautas principais que este governo defende, como justiça tributária, a democracia e o estado de direito, nossa soberania. Precisam trabalhar conosco para aprovação das pautas do governo no Congresso Nacional. Isso vale para quem tem mandato e para quem não tem mandato, inclusive para aqueles que indicam pessoas para posições no governo, seja na administração direta, indireta ou regionais”, afirmou.

De acordo com o Planalto, a reunião desta terça não tem ligação com o anúncio de terça e seria uma continuidade das reuniões que o presidente da República fez até o momento com os partidos, como ocorreu com o PSD, Republicanos, MDB e PT.

Conforme mostrou a Folha, Lula minimizou a aliados o impacto do desembarque dos ministros de seu governo e voltou a afirmar que vai ganhar as eleições presidenciais em 2026. Apesar disso, interlocutores do petista reconheceram que esse movimento poderá trazer dificuldades ao Planalto nas votações no Congresso.