RIO DE JANEIRO, RJ E SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Justiça do Ceará absolveu Leonardo Alexander Ribeiro Herbas Camacho, sobrinho de Marcola, das acusações de integrar e liderar um núcleo do PCC no estado. Ele e outros oito réus foram inocentados por falta de provas.
Leonardo Camacho foi absolvido em 27 de agosto. A Vara de Delitos de Organizações Criminosas considerou improcedente a denúncia contra o sobrinho de Marcola e outros oito acusados de organização criminosa e exploração do jogo do bicho. A decisão foi assinada pelos juízes Henrique Lacerda de Vasconcelos, Carlos Henrique Neves Gondim e Adriano Ribeiro Furtado Barbosa.
Ele havia sido preso em abril de 2024. Leonardo foi detido pela Polícia Federal em Itajaí (SC), onde vivia. Segundo os investigadores, de lá ele coordenava negócios ilícitos ligados ao jogo do bicho, tráfico de drogas e de armas no Ceará.
Operação também prendeu Francisca Alves da Silva. Conhecida como Preta, ela é companheira de Alejandro Herbas Camacho Júnior, o Marcolinha irmão de Marcola e integrante da cúpula do PCC.
Ministério Público do Ceará apontava elo com o PCC. A acusação sustentava que o grupo atuava em nome do Primeiro Comando da Capital, com base em relatórios policiais e movimentações financeiras.
Provas foram consideradas genéricas pelos juízes. O tribunal entendeu que não havia “provas concretas ou individualizadas” contra os réus. Segundo a sentença, os relatórios policiais apresentaram informações de forma ampla, o que prejudicou o exercício da defesa.
Loteria Fort tinha autorização judicial. A empresa apontada como fachada para ilícitos possuía aval da Justiça para atuar até setembro de 2024, com presença pública e propaganda em TV aberta. Para os magistrados, não era possível imputar crime a seus funcionários.
Transferência foi considerada irrelevante. A acusação mencionou a remessa de R$ 300 de uma ré para Leonardo, mas a decisão classificou a operação como “mera transferência de pequeno valor” sem finalidade ilícita.
A absolvição é “um passo para que casos semelhantes não se repitam”, diz advogado. Bruno Ferullo, que defende Leonardo, afirmou em nota que a decisão “não representa apenas o reconhecimento de sua inocência, mas também a reafirmação da importância do devido processo legal e da proteção das garantias fundamentais”.
Todos os réus foram soltos. Com a absolvição, a Justiça determinou a libertação de Leonardo Camacho e dos demais acusados: Francisco Julienio Lima Vasconcelos, Matheus Victor Saboia Moreira, Marcelo Anderson Alves da Silva, Renato Ramos, Paulo Monteiro da Silva, Cintia Chaves Gonçalves, Maria Aldênia de Lima e Geomá Pereira de Almeida.