SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O TRT (Tribunal Regional do Trabalho) suspendeu a decisão que obrigava o retorno de operadores de trem à linha 15-Prata, monotrilho do Metrô de São Paulo. Com isso, a linha segue funcionando de forma automática, como queria a companhia, apesar das críticas do sindicato sobre riscos à segurança.
Justiça derrubou a ordem dada em 22 de agosto. A decisão, tomada pela desembargadora Rilma Aparecida Hemeterio, suspendeu a obrigação de recolocar funcionários na cabine dos trens da Linha 15. A sentença anterior dava 30 dias para o Metrô cumprir a medida, sob multa diária de R$ 5 mil.
Desembargadora vê falta de provas técnicas. A magistrada destacou que a decisão anterior, da juíza Andréa Cunha dos Santos Gonçalves, se baseou apenas em depoimentos sobre uma pane isolada. Para ela, não houve “perícia ou inspeção judicial sobre as condições do modal de transporte em questão”.
Sindicato questiona segurança da linha. A entidade afirma que o monotrilho apresenta falhas e que a retirada dos operadores aumenta o risco de acidentes. Segundo o sindicato, o sistema da linha 15 não conta com os mesmos mecanismos de segurança de outras linhas.
Metrô defende funcionamento sem operadores. A empresa diz que a linha foi projetada para funcionar sem condutor e que possui estudos que atestam a segurança do sistema. Argumenta ainda que a presença de operadores não evitaria falhas mecânicas.
Prazo era considerado inviável. O Metrô alegou que realocar os operadores em 30 dias prejudicaria outras linhas que dependem deles. A companhia afirmou também que seria necessário novo treinamento, elevando custos e impactando a operação.
Linha seguirá operando de forma automática. Com a suspensão, o Metrô mantém o plano de operar o monotrilho sem condutores. Para a Justiça, falhas pontuais devem ser corrigidas ao longo do tempo, sem impedir a continuidade do projeto.
HISTÓRICO
Linha 15-Prata foi inaugurada em 2014. O monotrilho da linha 15-Prata percorre 14,5 km entre Vila Prudente e Jardim Colonial. nesta quarta-feira (03), são 11 estações elevadas a 15 metros do solo.
Expansão prevê três novas paradas até 2027. O plano é estender o trajeto até a Cidade Tiradentes, no extremo leste da capital. As estações Ipiranga (conexão com a linha 10-Turquesa), Boa Esperança e Jacu-Pêssego estão em obras, com 40% de avanço até julho.
Outras quatro estações dependem da prefeitura. Jardim Marilu, Jardim Pedra Branca, Cidade Tiradentes e Hospital Cidade Tiradentes só poderão ser construídas após a ampliação de vias municipais, como a Estrada do Iguatemi. Não há prazo definido.
Linha acumula falhas e acidentes. Em maio de 2024, passageiros precisaram usar passarelas de emergência após panes. Em janeiro de 2023, uma trinca interrompeu a operação por seis horas, e em março do mesmo ano dois trens se chocaram entre Sapopemba e Jardim Planalto. Em 2020, o estouro de pneus também paralisou o ramal.
Licitação para concessão foi cancelada. Em julho de 2024, o governo estadual revogou a licitação vencida pelo Consórcio ViaMobilidade, do grupo Motiva. O motivo não foi divulgado, e o Metrô segue responsável pela operação.