RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Intermediário do acordo entre CBF e Carlo Anceloti para treinar a seleção brasileira, o empresário Diego Fernandes está proibido pela Fifa de obter a licença de agente de futebol pelo menos até maio de 2027.
A medida afeta a pretensão de Diego de receber a comissão de 1,2 milhão de euros (R$ 7,7 milhões) pelo contrato assinado entre o italiano e a CBF, à época presidida por Ednaldo Rodrigues.
A decisão da Fifa foi tomada há cerca de duas semanas. O UOL teve acesso a um documento enviado até para a Federação Espanhola que mostra a argumentação da entidade.
No papel, a tentativa de Diego junto à Fifa era se tornar elegível para fazer a prova e receber a licença de agente de futebol.
Mas a Fifa afirmou que Diego não cumpre os requisitos no momento para participar do processo, justamente porque atuou na negociação de Ancelotti quando não tinha aval oficial para isso.
O regulamento da Fifa para os agentes estipula que um candidato não deve desempenhar serviços de agente de futebol nos 24 meses que antecedem a requisição da licença.
Um tipo de serviço é atuar na negociação de valores ou fazer comunicações com o objetivo de fechar um negócio. E isso envolve não só jogadores, como também treinadores.
O tempo de veto da Fifa a Diego Fernandes passou a contar a partir de 14 de maio. A entidade tomou como base a informação passada pelo próprio Diego, via advogados, a respeito da última vez que atuou na intermediação com Ancelotti. A CBF anunciou a contratação do treinador em 12 de maio.
Diego chegou a alegar que já está com a situação regularizada no âmbito nacional. Ou seja, passou a ser intermediário cadastrado pela CBF. A inclusão, segundo a lista no site da entidade, foi em 17 de junho. Isso permite que Diego atue em negociações domésticas. Mas não o libera para atuar internacionalmente, segundo a Fifa.
Os advogados de Diego tentaram argumentar que a dimensão da atuação de Diego com Ancelotti foi nacional porque ele não negociou a rescisão do treinador com o Real Madrid e prestou serviço à CBF e não ao italiano. A Fifa discordou dessa tese.
A entidade máxima do futebol já tinha questionado a CBF sobre a atuação de Diego na negociação, tendo como ponto de partida uma entrevista do empresário ao UOL e outros veículos no dia da apresentação de Ancelotti, em 26 de maio.
Depois disso, já na gestão Samir Xaud, a CBF refez o contrato de Ancelotti para tirar a atuação de Diego, como mostrou Rodrigo Mattos.
Procurados pela reportagem, Diego Fernandes e a CBF decidiram não comentar.