WASHINGTON, EUA (FOLHAPRESS) – O presidente Donald Trump afirmou nesta terça-feira (2) que militares dos Estados Unidos “destruíram” um barco que estaria saindo da Venezuela supostamente carregado de drogas.

“Nos últimos minutos, nós acabamos, literalmente, de destruir um barco carregado de drogas. Havia muitas drogas nesse barco”, disse Trump a repórteres no Salão Oval.

“Esse barco saiu da Venezuela, está saindo muita coisa da Venezuela. Muita coisa mesmo está vindo de lá. Então nós o destruímos, e vocês vão ver isso assim que essa reunião terminar”, disse o presidente.

O secretário de Estado, Marco Rubio, confirmou o episódio. “As Forças Armadas dos EUA conduziram um ataque letal no sul do Caribe contra uma embarcação de drogas que havia partido da Venezuela”, disse. Ainda não se sabe o número de mortos, e o regime de Nicolás Maduro não se pronunciou.

Os EUA enviaram pelo menos sete navios de guerra às águas próximas da Venezuela, junto com um submarino de ataque rápido movido a energia nuclear. O carregamento está ou chegará à região, com mais de 4.500 marinheiros e fuzileiros navais.

O movimento é justificado pelo governo Trump como uma ofensiva contra o tráfico de drogas na região. Analistas, porém, veem a questão como um gesto para ampliar a pressão sobre Maduro.

Nesta segunda (1º), o ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, disse em entrevista que está preparado para a luta armada caso seu país seja invadido pelos Estados Unidos.

“Nós estamos em um período especial de preparação máxima. E em qualquer circunstância, vamos garantir o funcionamento do país”, afirmou Maduro a jornalistas. “Se a Venezuela for agredida, passará imediatamente à luta armada em defesa do território nacional e da história e do povo da Venezuela”, acrescentou.

O governo Trump enviou três destróieres da classe Arleigh Burke, um cruzador da classe Ticonderoga e um submarino nuclear para as águas caribenhas próximas à Venezuela em um movimento com o objetivo de pressionar o regime com a justificativa de combater o narcotráfico na região.

Ao todo, são mais de 4.000 marinheiros e fuzileiros navais e capacidade de lançamento de mais de 400 mísseis.

Como mostrou a Folha, juntos, os navios de guerra têm mais poder de fogo que toda a Venezuela. Isso não significa, entretanto, que não haja risco para as embarcações americanas em um eventual conflito. Segundo o Balanço Militar de 2025, do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos de Londres, Caracas tem à disposição mísseis antinavio que podem dar trabalho às defesas dos Arleigh Burke.