BELO HORIZONTE, MG (FOLHAPRESS) – Uma mulher de 22 anos foi presa no último domingo (31) sob suspeita de ter agredido a filha, de 2, em uma residência no bairro Lindoia, em Belo Horizonte.
De acordo com o boletim de ocorrência, as agressões foram registradas por uma câmera colocada no quarto pelo pai da criança.
Após ter visto as imagens da filha sendo agredida com tapas e chutes e sufocada contra o colchão, ele acionou a polícia, que prendeu a mulher em flagrante.
A Justiça converteu a prisão em preventiva (sem prazo). A reportagem não conseguiu contato com a defesa dela. Aos policiais ela afirmou que era cobrada a cuidar dos filhos sozinha e que perdeu o controle.
De acordo com o relato do pai da vítima aos policiais, ele vive há cerca de cinco anos em união estável com a suspeita, com quem tem um casal de gêmeos de dois anos.
Ele afirmou que há cerca de um ano a filha teria sofrido uma fratura no fêmur, que na época não foi explicada.
A suspeita dele e da polícia é de que a mãe tenha sido a causadora da lesão, afirma o delegado Rodolfo Rabelo, da delegacia especializada em proteção à criança e ao adolescente em BH.
Ele afirmou que a polícia também apura a suspeita de tortura diante das imagens gravadas e que os relatos do pai indicam que só a filha, e não o filho, era alvo das agressões.
“No decorrer do tempo ele [pai] percebeu que só a menina aparecia com machucado, com várias lesões. Ele inclusive foi ao conselho tutelar, pediu auxílio psicológico para a mãe, mas não conseguiu. Ao desconfiar que ela agredia a filha, ele instalou uma câmera no quarto do casal”, disse o delegado.
De acordo com o relato do pai à polícia, a mãe relatava que as lesões tinham sido causadas pelo irmão da menina.
“Só que ele questionava que as lesões eram incompatíveis com a força de uma criança de um ano, dois anos. Porque ela [a filha] ficava com o olho roxo, um roxo grande na perna”, afirmou Rabelo.
A suspeita não quis prestar depoimento na delegacia, segundo a polícia. Consta no boletim de ocorrência que ela afirmou aos militares que estava separada do companheiro havia alguns dias e era cobrada a cuidar sozinha dos filhos gêmeos.
Ela afirmou ainda que teve de deixar o emprego, já que o companheiro se recusava a ficar com as crianças para que ela pudesse trabalhar.
Disse que havia enviado mensagem na semana anterior ao então companheiro para que ele ficasse com os filhos, mas que ele condicionou o cuidado das crianças em troca de ter relação sexual com ela.
Ainda de acordo com o registro policial, ela declarou que essas situações se acumularam e ela teria perdido o controle e agredido a filha.
Questionado sobre o relato da mulher, o delegado que investiga a agressão à criança disse que o depoimento dela será encaminhado à delegacia da mulher para a devida apuração sobre a suspeita de violência doméstica.
A reportagem não conseguiu contato com o pai da criança.