RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um policial civil e um ex-servidor da Prefeitura de Queimados, no Rio de Janeiro, foram presos na manhã desta terça-feira (2), em operação contra um grupo suspeito de envolvimento com a milícia da cidade da Baixada Fluminense.

Segundo o Ministério Público, o policial civil —que está na ativa— é suspeito de fornecer armas ao grupo e tentar impedir a prisão dos integrantes da milícia.

Já o ex-servidor, segundo a investigação, atuava como motorista do grupo miliciano enquanto era lotado na prefeitura, usando o carro do Conselho Tutelar de Queimados. Ainda de acordo com a Promotoria, ele repassava informações internas e intermediava encontros entre os líderes da milícia.

A polícia não divulgou o nome dos presos.

Em nota, a Prefeitura de Queimados afirmou que o funcionário foi exonerado da secretaria de Assistência Social em julho de 2024 e que se candidatou a vereador, meses depois, em chapa de oposição ao atual prefeito Glauco Kaiser (União), “o que reforça que não há qualquer relação entre ele a prefeitura ou a atual gestão”, diz o município.

O município não informou se a exoneração teve relação com a suspeita de envolvimento com a milícia.

“A Prefeitura de Queimados repudia veementemente as ações desse ex-funcionário e reafirma sua total disposição em colaborar com as autoridades nas investigações”, afirma em nota a prefeitura.

A Polícia Civil afirmou que “investigações estão em andamento para identificar e responsabilizar criminalmente todos os envolvidos com o grupo paramilitar”. A Corregedoria-Geral do órgão participa da operação.

Um terceiro alvo de mandado de prisão já estava preso.

A investigação começou após a Polícia Civil prender em flagrante suspeitos de envolvimento com o grupo e acessar o conteúdo dos celulares. Segundo a apuração, o grupo atuava nos bairros de Fanchem, Porteira e Paraíso e extorquia comerciantes e mototaxistas, exigindo pagamento de taxa de segurança.

Os valores eram pagos por meio de Pix para a Mibius Segurança Privada. Segundo o MP, trata-se de uma empresa de fachada. A reportagem não encontrou qualquer registro da empresa, como CNPJ, quadro societário ou inscrição municipal.

O grupo determinava ainda o recolhimento das chaves das motocicletas daqueles que não pagavam, como forma de coação.