Da Redação
O papa Leão XIV recebeu nesta segunda-feira (1º), em audiência privada, o jesuíta norte-americano James Martin, conhecido internacionalmente pelo trabalho pastoral com católicos LGBTQIA+. O gesto, raro em termos de publicidade pela Santa Sé, foi interpretado como um sinal de atenção do novo pontífice ao tema da inclusão, que ganhou força no pontificado de Francisco, morto em abril após 12 anos à frente da Igreja.
Primeiro papa americano da história, Leão XIV — eleito em maio de 2025 — ainda não se posicionou oficialmente sobre as medidas de abertura promovidas por seu antecessor, como a autorização para padres abençoarem casais homoafetivos. Mas a escolha de divulgar a audiência com Martin, realizada no Palácio Apostólico, chamou a atenção de analistas e vaticanistas.
O padre James Martin é figura central nos Estados Unidos no debate sobre a presença LGBTQIA+ na Igreja. Frequentemente atacado por setores conservadores, ganhou apoio público de Francisco em várias ocasiões. Sua presença em Roma neste momento, em meio às comemorações do Ano Santo de 2025, é vista como mais do que uma coincidência: grupos LGBTQIA+ foram oficialmente incluídos no calendário do Jubileu — algo inédito até então.
Leão XIV, antes de ser eleito e conhecido como Robert Prevost, costumava adotar posições conservadoras, especialmente em temas como educação sexual e “ideologia de gênero”. Ainda assim, desde sua escolha como papa, tem dado sinais de abertura cautelosa, numa tentativa de equilibrar pressões internas da ala conservadora e as demandas de fiéis por maior acolhimento.
Para especialistas, o encontro desta segunda-feira é menos sobre uma decisão prática imediata e mais sobre um gesto simbólico, capaz de indicar os rumos de um pontificado que começa sob grande expectativa quanto ao futuro da relação da Igreja com a comunidade LGBTQIA+.