Da Redação

Um levantamento do Centro de Informações Meteorológicas e Hidrológicas de Goiás (CIMEHGO) revelou que 15 cidades goianas concentraram os maiores focos de queimadas em agosto. Monte Alegre de Goiás aparece no topo da lista, com 43 registros. Em seguida vêm Niquelândia (30), Padre Bernardo (26), Campos Belos (25) e Água Fria de Goiás (22). Goiânia, Anápolis, Jataí e Itumbiara também figuram entre os municípios mais atingidos.

O cenário local contrasta com o nacional. Em 2025, o Brasil registrou a menor área queimada desde o início da série histórica do MapBiomas Fogo, em 2017. Entre janeiro e julho, foram 2,45 milhões de hectares consumidos pelas chamas, uma queda de 59% em comparação ao mesmo período de 2024. O Cerrado, no entanto, continua sendo o bioma mais vulnerável, concentrando metade de toda a área atingida.

Por que os incêndios diminuíram?
Especialistas apontam três fatores: retorno das chuvas após dois anos de seca intensa, fortalecimento de brigadas e ações de prevenção do governo, e maior cautela de produtores rurais após os prejuízos do ano passado.

Em Goiás, a Secretaria do Meio Ambiente (Semad) reforçou as regras de responsabilização, estabelecendo compensações ambientais e intensificando a fiscalização. “O fogo não pega sozinho. Mesmo em períodos mais úmidos, é preciso manter a prevenção”, alerta André Amorim, gerente do CIMEHGO.

Fogo: inimigo ou aliado do Cerrado?
Embora as queimadas frequentes causem danos ao solo, à água e ao ar, o fogo também faz parte da dinâmica natural do Cerrado. Algumas plantas, como a orquídea-vernal e a batata-do-cerrado, florescem ou rebrotam após o contato com as chamas. Quando controlado, o fogo pode regenerar áreas e liberar nutrientes. Mas em excesso, provocado pela ação humana, torna-se ameaça direta à biodiversidade e à vida das comunidades locais.