SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Espaço Zebra abre suas portas para a exposição “Demolidora Iracema”, individual de Renato Larini. A mostra reúne cerca de 40 obras inéditas de fotografia expandida sobre lonas.
A série nasce da sobreposição de imagens, referências culturais e memórias que o artista acumulou ao longo dos anos. Entre os exemplos, existem imagens de projetos anteriores, mas tem também fotografias recentes.
Seja qual for a imagem, ela é “revelada” por meio de um processo experimental do artista com produtos químicos utilizados antes da descoberta do nitrato de prata -elemento usado na fotografia tradicional.
Essa revelação é feita sobre lonas, a maioria de grande formato, trabalho denominado por Larini como “fotografia expandida”. O tecido tem impressões de elementos como colagens, fotopinturas, serigrafias, fotocolagens e objetos prontos.
Para a investigação, ele usou substâncias alternativas, como cloretos, sulfatos, dicromatos, ferricianeto, peróxidos, betumes, colágenos, ácido acético e caseína. Os resultados aproximam-se de uma lógica artesanal, em que acidentes ou variações fazem parte do resultado final.
Os visitantes encontram obras como a “Demolidora Dois Irmãos”, uma imagem antiga, já usada em outros trabalhos, que ele reutilizou o negativo e fez novas intervenções.
O procedimento combina a ampliação clássica com adaptações improvisadas. O ampliador usado para projetar as imagens sobre lonas, que são previamente preparadas com um líquido sensível às radiações luminosas, foi modificado para atender às experimentações.
Cada etapa integra um processo que remete às origens da fotografia e às primeiras experiências de Larini no ateliê, que também fica no Zebra.
Hoje ele domina as fases da produção, da captura de imagens, ao controle da iluminação, criação de cenários e a manipulação dos negativos. Tudo pode ser alterado, riscado, manchado e refeito, já que a lona funciona como uma superfície sujeita a apagamentos e recomposições.
As obras discutem a destruição da memória, a estética da desfiguração e a presença de sujeitos borrados ou apagados. Autodidata, o artista fundou com sua companheira, Néli Pereira, o Espaço Zebra, que se consolidou como polo de experimentação.
Aberto há 13 anos, a mistura de bar e galeria de arte é pioneira na região do Bexiga. Além de exposições, o ambiente é referência em drinques que exploram raízes e ingredientes nacionais.
É possível visitar a exposição enquanto o bar estiver aberto e experimentar as criações do cardápio. Como o panache do Davi, um mix de vermutes com cogumelos yanomami (R$ 45).
DEMOLIDORA IRACEMA
Quando Estreia: 29/8. Até 27/11. Sex. e sáb., das 19h às 0h. Outros dias e horários com agendamento pelo WhatsApp (11) 91653-3120
Onde Espaço Zebra – r. Major Diogo, 237, Bela Vista, região central