PORTO ALEGRE, RS (FOLHAPRESS) – A população estimada em Boa Vista teve o maior crescimento relativo entre as capitais na passagem de 2024 para 2025, disse o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (28). A alta do número local de habitantes foi de 3,26%.
Com o avanço, a população da capital de Roraima alcançou 485,5 mil moradores neste ano. O IBGE associou o cenário à migração na cidade, marcada pela chegada de venezuelanos.
Os números divulgados nesta quinta integram as estimativas populacionais do instituto, cuja data de referência é 1º de julho.
“A alta em Boa Vista é explicada pela migração internacional, em especial pela chegada de venezuelanos”, disse em nota Marcio Minamiguchi, gerente de estudos e análises da dinâmica demográfica do IBGE.
De acordo com o órgão, as 27 capitais concentram 49,3 milhões de habitantes. É o equivalente a 23,1% do total no país (213,4 milhões).
A variação da população nas capitais com mais de 1 milhão de habitantes, porém, ficou abaixo de 1%, com exceção de Manaus, que avançou 1,05%.
POPULAÇÃO RECUA EM CINCO CAPITAIS
Salvador (-0,18%), Natal (-0,14%), Belém (-0,09%), Porto Alegre (-0,04%) e Belo Horizonte (-0,02%) foram as cinco capitais com perda de habitantes ante 2024.
“As capitais maiores, esses municípios mais centrais, em geral têm um entorno mais conurbado e perdem população para ele. O crescimento vai do centro para a periferia”, afirmou Minamiguchi.
“Entre as capitais que perderam população, com exceção de Salvador, houve aumento de habitantes na respectiva região metropolitana”, completou.
Além do caso de Boa Vista, o IBGE também destacou as altas registradas por Florianópolis (1,93%), Palmas (1,51%) e Cuiabá (1,31%).
Na capital catarinense, o instituto associou o cenário à migração internacional de venezuelanos e haitianos e aos processos de atração de pessoas de outras regiões do Brasil.
“O crescimento de Cuiabá também passa pela migração interna. Já Palmas teve um crescimento muito mais expressivo em décadas passadas, mas os dados mostram que esse movimento arrefeceu”, afirmou Minamiguchi.
As estimativas populacionais diferem dos números do Censo Demográfico, cuja edição mais recente é de 2022.
O recenseamento é uma pesquisa domiciliar do IBGE, ou seja, que visita os lares brasileiros a cada década. Já as estimativas são atualizadas pelo instituto a partir do Censo e de informações de outras fontes a cada ano.