RIBEIRÃO PRETO, SP (FOLHAPRESS) – Sede do mais tradicional polo do setor sucroenergético em São Paulo, Ribeirão Preto (a 313 km da capital) concentra o núcleo financeiro do esquema criminoso apontado pela operação Carbono Oculto, deflagrada nesta quinta-feira (28), segundo a Receita Federal.

O órgão aponta que o núcleo comandado por membros do PCC (Primeiro Comando da Capital) estava envolvido em todos os elos da cadeia sucroenergética, a fim de facilitar as atividades do crime organizado.

Foram cumpridos 33 mandados em quatro cidades da macrorregião —Ribeirão, Pontal, Jardinópolis e Barretos. Desse total, 26 são em empresas, envolvendo postos de combustíveis, financeira e usina. Os nomes não foram divulgados.

Ribeirão Preto concentra as ações, com 23 mandados, enquanto seis são referentes a Jardinópolis, três a Pontal e um a Barretos.

O grupo criminoso em Ribeirão teria recebido dinheiro de distribuidoras e postos de combustíveis e aplicado em fundos de investimento e na compra de imóveis e empresas, afirma a investigação.

Ainda de acordo com a Receita, no estado quatro usinas foram compradas pelos fundos envolvidos com a organização criminosa e outras duas eram fruto de parceria ou estavam em processo de aquisição.

Os negócios envolveram também 1.600 caminhões utilizados para o transporte de combustíveis e seis fazendas no interior paulista, avaliadas em R$ 31 milhões, diz a Receita.

Além da região de Ribeirão Preto, as ações desta quinta-feira ocorrem na capital paulista e nas regiões de Campinas, São José do Rio Preto, Piracicaba, Bauru e Sorocaba.

Os mandados de busca e apreensão estão ocorrendo em 37 cidades paulistas, das quais 26 são do litoral e do interior.

Um deles foi cumprido na usina do Grupo Virgolino de Oliveira em Ariranha. Os advogados do grupo, Rogério Cury e Daniela Scabbia Cury, informaram por meio de nota que a empresa não é alvo da investigação, que contribui com as autoridades e que suas operações financeiras foram informadas e aprovadas pelo Judiciário.

“Todas as contratações e recebimentos de valores foram e são devidamente declarados às autoridades competentes, de acordo com a legislação vigente”, diz a empresa.