Da Redação

Depois de dois meses de alta, a aprovação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a recuar, segundo levantamento da AtlasIntel/Bloomberg divulgado nesta quinta-feira (28/8). O índice caiu de 50,2% para 47,9%, enquanto a desaprovação subiu para 51%, revertendo a tendência positiva observada desde junho.

O desgaste é mais evidente em grupos específicos: evangélicos (70,6%), jovens de 25 a 34 anos (66%), moradores da região Sul (61,2%), pessoas com renda familiar entre R$ 2 mil e R$ 3 mil (60,2%), brasileiros com Ensino Médio completo (58,1%) e homens (56,6%).

As avaliações negativas do governo — ruim ou péssimo — cresceram três pontos em relação ao mês anterior, chegando a 51,2%, enquanto os que consideram a gestão ótima ou boa caíram para 43,7%. Já as opiniões regulares permaneceram estáveis, em 5,1%.

Mesmo com a queda, Lula ainda supera o desempenho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em diversos temas. O petista é visto de forma mais favorável em direitos humanos e igualdade racial (56% a 38%), políticas sociais (56% a 38%), relações internacionais (56% a 43%), educação (55% a 41%), saúde (53% a 38%) e infraestrutura (55% a 40%), entre outros.

Por outro lado, a percepção é de que Lula se sai pior que Bolsonaro em segurança pública (44% a 41%), responsabilidade fiscal (46% a 44%) e carga tributária (48% a 46%).

A pesquisa também avaliou medidas específicas do governo. Entre os pontos positivos destacados pelos entrevistados estão a isenção do Imposto de Renda até R$ 5 mil (85%), a ampliação da Farmácia Popular com gratuidade de medicamentos (84%) e a retirada de garimpeiros ilegais de áreas indígenas (80%). Já os principais erros percebidos foram a taxação de compras internacionais de até US$ 50 (60%), a tentativa de monitorar transações via Pix acima de R$ 5 mil (55%) e o aumento do IOF (50%).

O levantamento entrevistou 6.238 pessoas com mais de 16 anos, de forma online, entre os dias 20 e 25 de agosto. A margem de erro é de 1 ponto percentual e o nível de confiança é de 95%.