SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O desligamento de uma linha de transmissão da Enel deixa 187.391 endereços sem energia, nesta quinta-feira (28). Apenas na cidade de São Paulo são 121.298 consumidores impactados.
Os locais mais afastados são o bairro de Jardim Ângela, na capital paulista, além de parte dos municípios de Embu das Artes (20.550), Itapecerica da Serra (43.305), Juquitiba (146) e São Lourenço da Serra (434).
“Com manobras remotas na rede, conseguimos restabelecer o serviço para 34% dos clientes inicialmente impactados. Técnicos atuam na inspeção da linhalocalizada em trechos com mata fechada de difícil acessopara identificar o defeito e normalizar o fornecimento para todos os clientes afetados”, afirmou a concessionária.
Ainda não há previsão de restabelecimento da energia para as regiões afetadas.
Os últimos dez anos foram marcados por uma reviravolta na qualidade do fornecimento de energia elétrica na área de concessão da Enel SP na região metropolitana de São Paulo. Depois de seis anos com o consumidor sentindo melhoras contínuas, com redução no número de apagões e também do período sem energia, a percepção em relação à qualidade do serviço piorou rapidamente.
O tempo médio que o cidadão paulistano fica no escuro triplicou, passando de cerca de 7 horas sem luz por ano, em 2021, para quase 22 horas, no ano passado.
A evolução da oferta de energia elétrica foi mapeada a pedido da reportagem pela empresa Daimon, especializada em serviços no setor. Foram compilados dois indicadores oficiais divulgados pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), organismo público responsável por monitorar, cobrar e, se necessário, punir as fornecedoras.
As métricas são internacionais, com uma diferença: enquanto o Brasil ainda considera o tempo no escuro em horas por ano, vários países na União Europeia e Estados Unidos registram o dado em minutos. No Japão, a contagem é em segundos. Essa diferença mostra o grau de eficiência para manter a luz ligada em outras partes do mundo.
SAIBA QUANTO TEMPO VOCÊ FICOU SEM ENERGIA ELÉTRICA EM 2024
Na lista dos 15 locais onde o serviço mais piorou, de 2020 a 2024, 9 estão na zona sul da capital. A região junto ao bairro Jardim São Luís foi a mais afetada. O tempo médio sem luz, que era de pouco mais de 7 horas por ano, subiu para 51 horas, ou seja, mais de dois dias.
Em áreas de Campo Belo, Campo Grande, Cidade Ademar, Jabaquara e Santo Amaro, o tempo sem luz passou de 7 horas para 42 horas.
Com evolução ruim, mas em menor grau, aparecem pontos na zona leste, como parte da Mooca, onde o tempo de espera pela religação da energia também foi de 7 para 42 horas. Na zona norte, o bairro do Limão, a espera foi de 5 horas sem luz para 13 horas.
Alguns locais tiveram variação pequena, porque o serviço já era ruim. Nesse caso, áreas na zona sul, outra vez, são destaque. Lá fica a recordista em tempo no escuro de 2024, o Jardim Germânia. O tempo de espera para a religação da energia somou mais de 66 horas no ano passado. Sete interrupções geraram o equivalente a quase três dias sem luz. Tem gente no bairro que até comprou gerador.
SABESP ORIENTA A ECONOMIZAR ÁGUA
A Sabesp afirmou que o abastecimento de água na zona sul foi afetado nesta quinta-feira devido à interrupção no fornecimento de energia. A falta de eletricidade impede o bombeamento de água para as residências. Na capital, os bairros afetados são: Jardim São Luiz, Jardim Ângela, Parque Bologne, Jardim Guarujá, Capão Redondo, Jardim Copacabana.
Em Itapecerica da Serra, foram afetados o Campestre, Jardim Idemori, Recreio Primavera, Chácara Santa Maria, Centro, Parque Paraíso, Jardim Marilu, Parque Santa Amélia.
As cidades de Embu das Artes, São Lourenço da Serra e Juquitiba tiveram o abastecimento totalmente prejudicado.
“Assim que a energia for restabelecida, o fornecimento de água entrará em recuperação e deve ser normalizado. A falta de água na manhã desta quinta-feira, não possui relação com a redução da pressão de água que se iniciou na quarta-feira (27)”, destacou.