RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Ibama (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis) e a Petrobras concluíram nesta quarta-feira (27) o simulado da perfuração do primeiro poço petrolífero em águas profundas na bacia Foz do Amazonas.

O teste é considerado pela Petrobras a última etapa antes da licença ambiental do poço, aguardada com expectativa pela indústria do petróleo e alvo de protestos de organizações ambientalistas. A estatal disse, em nota, que espera “a manifestação do Ibama sobre os próximos passos”.

O Ibama, por sua vez, afirmou que está desmobilizando suas equipes e prevê para os próximos dias a análise dos resultados dos diversos postos de observação da avaliação.

“Somente após a conclusão dessa análise, será elaborado um relatório técnico sobre a exequibilidade (ou não) do Plano de Emergência Individual (PEI) proposto pela empresa empreendedora. Não há prazo previsto para a conclusão dessa etapa”, disse o órgão ambiental, em nota.

O simulado, iniciado no domingo (24), durou quatro dias. Segundo a estatal, foram mobilizadas cerca de 400 pessoas. O objetivo foi testar a eficiência plano de emergência proposto pela companhia em caso de vazamento de óleo durante a perfuração.

Esse plano define a estrutura de resposta, com procedimentos de contenção e recolhimento de óleo e de proteção e atendimento a animais atingidos por um possível vazamento.

A Petrobras mobilizou seis embarcações de contenção e recolhimento de óleo, seis embarcações para monitoramento, resgate e atendimento à fauna e três aeronaves, além de dois centros de atendimento a animais atingidos por petróleo, um em Belém e outro em Oiapoque (AP).

Localizado a 175 quilômetros da costa do Amapá, o poço batizado de Morpho foi perfurado, segundo a Petrobras, em uma lâmina d’água de 2.800 metros, se tornando um dos poços em águas mais profundas do país -a companhia já perfurou a pouco menos de 3.000 metros na bacia Sergipe-Alagoas.

O poço Morpho, porém, foi o primeiro em águas ultraprofundas na bacia Foz do Amazonas, que tem correntes marítimas e condições climáticas diferentes da costa do Atlântico, onde estão hoje as principais reservas de petróleo brasileiras.

A preocupação é intensificada pela elevada sensibilidade ambiental da região, cuja costa tem manguezais considerados de grande importância tanto para a biodiversidade quanto pelo seu potencial de retenção de carbono.