Da redação
A deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) voltou a comparecer a uma audiência no Tribunal de Apelação de Roma nesta quarta-feira (27). O juiz responsável pelo processo informou que ainda precisa de mais tempo para deliberar sobre a prisão preventiva e o pedido de extradição apresentado pelo Brasil. Até uma nova decisão, a parlamentar seguirá detida em território italiano.
Zambelli está presa desde 29 de julho, quando teve seu nome incluído na lista de difusão vermelha da Interpol, a pedido do Supremo Tribunal Federal (STF). Contra ela pesa um mandado de prisão preventiva no Brasil. Dias antes de ser condenada a dez anos de prisão por participação na invasão dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a deputada viajou para a Itália. Na mesma ação, o hacker Walter Delgatti também foi sentenciado.
A defesa da parlamentar sustenta que não há justificativa para a manutenção da prisão e cita problemas de saúde como argumento para sua libertação imediata. O advogado de Zambelli, Fábio Pagnozzi, afirma ainda que o processo de extradição deve respeitar garantias legais e acusa o STF de adotar uma postura arbitrária.
Além da condenação relacionada ao CNJ, Zambelli recebeu recentemente outra sentença do Supremo: cinco anos e três meses de prisão pelo episódio em que perseguiu, armada, um homem pelas ruas de São Paulo. A defesa classificou a decisão como “injusta” e prometeu recorrer.
Em nota, o advogado declarou que a parlamentar considera-se alvo de perseguição política e reforça sua inocência, alegando que os julgamentos têm sido conduzidos de forma apressada, justamente às vésperas da análise sobre a extradição.