FOLHAPRESS – Depois de muita movimentação ano passado, o mercado de pilotos da Fórmula 1 tem estado até calmo, mesmo com todo o burburinho primeiro sobre o futuro de Max Verstappen e depois sobre a dupla que a Cadillac escolheria para sua temporada de estreia na categoria.

Verstappen confirmou no final de julho que fica na Red Bull por enquanto, embora seu futuro a médio prazo esteja ligado à possibilidade de recuperação da equipe com que conquistou seus quatro títulos mundiais – até porque mais um ano como o atual poderia ativar cláusulas que liberariam sua saída.

E a Cadillac confirmou a contratação de dois pilotos que não estão no grid atual e que trazem a experiência de terem corrido por times em desenvolvimento e grandes: Sergio Perez e Valtteri Bottas.

Assim, agora são sete as equipes que têm suas duplas confirmadas para o ano que vem.

Quais as equipes confirmadas para 2026:

McLaren: Lando Norris e Oscar Piastri

Ferrari: Charles Leclerc e Lewis Hamilton

Williams: Alex Albon e Carlos Sainz

Aston Martin: Fernando Alonso e Lance Stroll

Audi: Nico Hulkenberg e Gabriel Bortoleto

Haas: Esteban Ocon e Ollie Bearman

Cadillac: Sergio Perez e Valtteri Bottas

MERCEDES QUER MANTER DUPLA, MAS FALTA O ANÚNCIO

A Mercedes está de olho na situação de Max Verstappen, e isso ecoa nas negociações com a atual dupla de pilotos. Isso porque Toto Wolff precisa de mecanismos para manter George Russell e Kimi Antonelli por mais que uma temporada se necessário, mas ao mesmo tempo tem que deixar a porta aberta para o tetracampeão. Daí a demora na renovação de seus contratos.

Apesar da equipe que colecionou títulos nos últimos anos não estar em boa fase, acredita-se que isso possa mudar ano que vem com a chegada do novo regulamento, com o motor voltando a fazer bastante diferença.

RED BULL E RACING BULLS

Yuki Tsunoda, Liam Lawson e Isack Hadjar são pilotos com contratos Red Bull, e esses acordos são bastante flexíveis, dando a chance de troca entre a equipe principal e a Racing Bulls.

Dos três, o estreante Hadjar é quem vem fazendo a melhor temporada até aqui, mas ele mesmo não acha uma boa ideia ir para a Red Bull ao lado de Verstappen tão logo. O desenvolvimento daquele carro foi tornando cada vez mais difícil encontrar seu pico de performance, mas também é verdade que, ano que vem, é o início de outro projeto com as novas regras e isso pode ser corrigido de vez.

Qualquer decisão, contudo, depende do novo cenário político na equipe, sem o centralizador Christian Horner. Os primeiros sinais são de que o lado austríaco da empresa, representado na pista por Helmut Marko, está dando as cartas, com o novo chefe Laurent Mekies tendo autonomia reduzida em relação à de Horner.

Mekies gosta de Tsunoda, com quem trabalhou na Racing Bulls, e poderia tentar sua manutenção na vaga, dando mais tempo para Hadjar se desenvolver. Porém, é difícil imaginar um cenário em que a Honda siga investindo na Red Bull para manter Tsunoda agora que passará a equipar a Aston Martin.

Uma nova promoção de Lawson, que começou o ano na vaga de Tsunoda, é vista pela equipe como improvável, mesmo com a retomada de confiança que ele vem demonstrando nas últimas provas.

A Red Bull também precisa decidir o que fazer com Arvid Lindblad, britânico de 18 anos que é considerado o “novo Verstappen” internamente, mas que vem tendo um ano de altos e baixos como estreante na Fórmula 2. Em teoria, ele tem uma vaga na Racing Bulls ano que vem.

ALPINE

É igualmente difícil entender o que acontece internamente na Alpine no momento, também por mudanças na liderança. De momento, Flavio Briatore segue no comando da operação, mas ele foi trazido de volta ao time de Enstone por Luca de Meo, que saiu do comando da Renault há poucos meses.

É comum ouvir no paddock que até mesmo membros da equipe acreditam que o time esteja sendo preparado por Briatore para uma venda, o que ajudaria a explicar a decisão do italiano de acabar com o projeto de desenvolvimento de motores. A partir de 2026, a Alpine será cliente da Mercedes e pode se dar bem se os alemães realmente tiverem o melhor motor.

Pierre Gasly está sob contrato de longa duração, enquanto Franco Colapinto traz patrocinadores, mas tem tido dificuldade de mostrar serviço em um carro que é difícil de pilotar e que não terá novidades ao longo do ano, com o foco voltado totalmente a 2026.

O argentino vive sob pressão constante de Briatore, que recentemente colocou o reserva Paul Aron para fazer duas sessões de treinos livres na Sauber, além de ter abertamente tentado colocar Bottas no carro na segunda metade do ano.