SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em um novo aceno a prefeitos do interior paulista, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) fez uma série de promessas de transferência de recursos a municípios nesta segunda-feira (26) e depois participou de uma partida de futebol organizada pela APM (Associação Paulista de Municípios) na Mercado Livre Arena, o estádio do Pacaembu.

Os gestos ocorrem em meio a queixas de redução de repasses feitas por prefeitos a deputados estaduais e enquanto Tarcísio reforça ações de construção de palanques eleitorais para o ano que vem – quando deve concorrer à reeleição ou disputar a Presidência.

O evento da APM, no espaço de exposições do Pacaembu, reuniu mais de 400 prefeitos segundo os organizadores, que lotaram o espaço com 40 estandes oferecendo serviços às cidades, como câmeras inteligentes e saneamento.

Tarcísio, que fez um discurso em um auditório embaixo de uma das arquibancadas, prometeu que estenderá seu programa Tabela SUS Paulista, que repassa um valor complementar à verba do Ministério da Saúde, para 104 hospitais municipais, ampliando o programa que atendia santas casas e centros médicos filantrópicos.

Além disso, ele se comprometeu a enviar 200 ambulâncias a cidades menores.

Tarcísio também anunciou a compra de maquinário agrícola para as cidades e atender a ao menos uma demanda por município entre as emendas parlamentares que ainda não foram liberadas neste ano.

“O governo de São Paulo vai estar ao lado de vocês nestas discussões, a gente sabe o quanto o custeio da saúde é importante”, disse.

A promessa de cooperação é similar à feita por Tarcísio na última sexta-feira, em Marília, no interior do estado, quando convocou prefeitos da região e fez acenos semelhantes.

Embora Tarcísio tenha sido assediado pelo público e aplaudido em sua fala, durante o discurso, no palco, quando as autoridades presentes foram anunciadas, o ex-governador Rodrigo Garcia (sem partido) recebeu aplausos efusivos nas duas ocasiões em que seu nome foi mencionado, uma delas pelo próprio governador.

Nas queixas feitas nos bastidores, gestores municipais afirmam que os recursos às cidades saíam de forma mais célere na gestão anterior. Eles evitam críticas públicas porque a maioria das cidades é controlada por partidos aliados a Tarcísio -dos 645 municípios paulistas, 4 são administrados pelo PT, 9 pelo PSB e o restante por siglas da base do governador.

Após o discurso, Tarcísio, o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), e outros prefeitos foram ao gramado do estádio, depois seguiram para os vestiários, se trocaram e participaram de uma partida de futebol — cujo árbitro foi o secretário estadual de Governo, Gilberto Kassab, presidente nacional do PSD.

Kassab tem a função de intermediar relações da gestão Tarcísio com deputados estaduais e prefeitos e causou discórdia entre aliados do governador de outros partidos, no ano passado, ao buscar ampliar o número de prefeitos filiados à sua sigla, que, com o movimento, passou a controlar cerca de 200 das 645 cidades paulistas.

Por isso, entre assessores presentes, houve piadas de que ele só apitaria a favor de prefeitos de seu partido e que tinha fichas de filiação no bolso.

Além de ter seu secretário como juiz, Tarcísio contou ainda com Cafu, ex-jogador da seleção e capitão do pentacampeonato, em 2002, em sua equipe.

Cercado de fotógrafos, Tarcísio entrou em campo dizendo ter uma lesão no joelho. Ele atuou na ponta direita e participou de lances com Ricardo Nunes, que passou a maior parte do jogo na pequena área, em posição de impedimento, mas só marcou após cobrança de pênalti cedida por Cafu.