UBERABA, MG (FOLHAPRESS) – O melhoramento genético utilizado em bovinos tem feito com que animais ganhem peso mais em menos tempo e leilões de gado batam recordes de faturamento no Triângulo Mineiro.

Realizada entre o dia 15 e o último domingo (24), a ExpoGenética, organizada pela ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu) em Uberaba, movimentou R$ 104,85 milhões em 22 leilões, 16,5% mais que os R$ 90 milhões da edição do ano passado.

O cenário repete a comercialização de gado de elite que já tinha sido registrada na Expozebu, principal evento da pecuária nacional e que, entre o fim de abril e o início de maio bateu recorde e alcançou R$ 200 milhões em negócios fechados em 39 leilões, 3,44% mais que os R$ 193,34 milhões (atualizado pela inflação) do ano anterior.

Num dos leilões ligados à ExpoGenética, que reúne programas de melhoramento genético do país, um animal teve 75% de sua propriedade arrematado por R$ 6,07 milhões.

Durante a feira, a ABCZ divulgou dados referentes a um abate de 160 animais de uma propriedade em Novo Horizonte, no interior paulista, fruto de genética zebuína melhoradora, dentro do programa PMGZ Carne, conduzido pela associação.

Os animais foram abatidos aos 22 meses de idade com média de 29,7 arrobas cada, o que significa que estão mais jovens e, ao mesmo tempo, mais pesados que a média nacional do gado jovem, segundo a ABCZ.

A média supera o peso médio em 9,5 arrobas, enquanto o abate está ocorrendo com oito meses a menos.

O objetivo essencial do melhoramento genético é fazer com que o pecuarista produza mais, com mais qualidade, num tempo menor e gastando menos. Não à toa, o tema da feira neste ano foi “Transformando Genética em Lucro”. Técnica, ela reuniu pecuaristas, pesquisadores e especialistas.

“Para você conquistar novos mercados, além da nossa capacidade de produção a pasto, também é necessário produzir cada vez mais carne de qualidade, e o melhoramento genético é fundamental para isso”, disse o presidente da ABCZ, Gabriel Garcia Cid, na abertura da feira.

A feira pecuária atraiu 124 visitantes de 13 países, das Américas, África e Europa, 90,7% mais que na edição do ano passado.

A avaliação da ABCZ é que o Brasil está passando por um período de mais reconhecimento em relação ao melhoramento genético bovino, daí o interesse estrangeiro.

A Alta, empresa do segmento e que tem uma central em Uberaba, apresentou aos criadores na feira um programa que hoje tem mais de 250 touros identificados com fertilidade acima da média e que, segundo a empresa, oferece até 7% a mais nas taxas de concepção.

Já a Beckhauser levou um equipamento chamado Beck Total Flex Parede Móvel, que foi desenvolvido com o objetivo de otimizar os manejos de cria e reprodução.

A principal raça zebuína do país é a nelore, cuja entidade, a ACNB (Associação dos Criadores de Nelore do Brasil), reelegeu em junho seu presidente, Victor Paulo Silva Miranda, que ficará no cargo até 2027.

Ele afirmou que uma das metas é o melhoramento genético da raça.

“Seguiremos firmes no propósito de valorizar a genética, defender os interesses dos criadores e fortalecer o nelore como protagonista da pecuária brasileira”, disse ele, que afirmou ainda que a associação pretende mostrar a eficiência e a qualidade do nelore.

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O jornalista viajou a convite da ABCZ (Associação Brasileira dos Criadores de Zebu)