RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Uma cena marcou a derrota do Vasco para o Corinthians em São Januário, no último domingo (24): a bronca acima do tom do técnico Fernando Diniz, à beira do gramado, no atacante Rayan. O episódio dividiu a opinião da torcida, gerou diversas reações mas, em um primeiro momento, sem maiores reflexos na relação entre os envolvidos.

Cria da base do Cruz-Maltino, Rayan é um dos jogadores em que Diniz aposta fichas e deposita atenção. Não à toa, foi abraçado desde a chegada do treinador e viu os minutos em campo aumentarem —são 20 jogos, todos como titular, em 10 ficou os 90 minutos, e sete gols marcados.

Em oportunidades anteriores, o treinador já rasgou elogios ao camisa 77. E nesta missão de fazer com que o jogador que brilhou na base possa crescer e desabrochar de vez no profissional, Diniz já conversou, inclusive, com o ex-zagueiro Valkmar, pai do atacante.

Pessoas próximas ao jogador o classificaram como alguém de “cabeça muito boa”, com bom vínculo com o comandante e que entende o momento da partida em que a conversa mais áspera aconteceu, salientando o já conhecido “jeitão” Diniz.

O Vasco perdia por 1 a 0, aos 24 minutos do 1º tempo, quando o treinador reclamou da recomposição do atacante para ajudar na marcação. “Não, beleza. Você é lerdo para c… Você tá fu… o time, você não subiu e você não voltou. Não é para fechar não, é para pressionar, tomar no c… Em um tempo desse, você vai fazer gol de que? Você vai dar é contra-ataque”.

A avaliação é que o treinador tentou fazer Rayan “não desligar” do jogo. O próprio atacante já havia dito que Diniz “pega no pé”, em entrevista após a vitória sobre o CSA, pela Copa do Brasil. “O Diniz, sempre que eu estou jogando do lado dele, fica no meu pé. Quando eu estou do lado dele, eu sempre faço boas jogadas. Ele briga comigo. Sempre sai alguma jogada. Ele fica no meu pé e pede para eu ficar ligado”.

Rayan fez um dos gols no duelo com o Corinthians, mas que não impediu o revés por 3 a 2 e a crise na Colina ganhar mais um capítulo.

O elenco se reapresentou nesta segunda-feira (25), no CT Moacyr Barbosa, e seguiu o planejamento para o duelo com o Botafogo, pela Copa do Brasil.

EPISÓDIO MARCANTE

Repreensões fortes ao lado da linha lateral não são incomuns para Diniz. Um desses episódios ficou marcado e aconteceu com um jogador que ele reencontrou, justamente, no Vasco: Tchê Tchê.

Em 2021, quando ambos estavam no São Paulo, em um duelo com o Red Bull Bragantino, o treinador chamou o volante de “perninha”. Protagonistas de uma relação de longa data, os dois se afastaram por um tempo e voltaram a trabalhar juntos na atual temporada, quando Diniz foi contratado pelo clube de São Januário.