SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou nessa segunda-feira (25) a China com a imposição de tarifas de 200% sobre os produtos chineses que entrarem nos Estados Unidos se Pequim não acelerar suas exportações de ímãs de terras raras.
“Eles têm que nos dar ímãs. Se não nos derem, então teremos que cobrar uma tarifa de 200% ou algo assim. Mas não acho que vamos ter problemas com isso”, afirmou o republicano em entrevista ao lado do presidente da Coreia do Sul, Lee Jae-myung, na Casa Branca.
A China é a principal produtora mundial de terras raras, utilizadas para fabricar ímãs essenciais para as indústrias automotiva, eletrônica e de defesa. O país detém mais de 90% das refinarias de terras raras no mundo.
No entanto, no início de abril, Pequim impôs licenças de exportação para esses materiais estratégicos, em retaliação à escalada das tarifas americanas que chegaram a 145%. Na ocasião, a China respondeu ainda cobrando taxa de 125%.
Em 12 de maio, os dois países anunciaram uma suspensão temporária por 90 dias, que reduziu as tarifas dos EUA para 30% e as da China para 10%. O prazo foi estendido por mais 90 dias em 11 de agosto. Além da redução das taxas, a China se comprometeu a liberar terras raras para os EUA, que por sua vez afrouxariam os controles de importação.
Após a ameaça, Trump ressaltou que tem um bom relacionamento com os asiáticos. “Acho que temos uma relação estupenda com a China, falei recentemente com o presidente Xi [Jinping] e, em algum momento do ano, deveríamos visitar a China”, afirmou.
“Eles têm algumas cartas. Nós temos cartas incríveis, mas não quero jogá-las. Se eu as jogasse, destruiria a China”, disse o presidente norte-americano.
Representantes americanos e chineses se reuniram em três ocasiões nos últimos meses a fim de resolver uma série de questões relativas às suas relações comerciais.