SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Em um ano e meio, o Corinthians pode ter o terceiro presidente. Na noite desta segunda-feira (25), o Conselho Deliberativo do Timão decidirá o futuro do clube em votação indireta, após o impeachment de Augusto Melo. A primeira chamada será às 18h e a tendência é que por volta de 21h o novo mandatário seja anunciado.
Quem assumir a cadeira mais importante do Parque São Jorge terá alguns obstáculos que exigem habilidade política, capacidade administrativa e visão de futuro. A missão de Osmar Stabile, Antonio Roque Citadini ou André Castro, candidatos ao cargo, será reorganizar o Corinthians em meio a dívidas, disputas internas e pressão por resultados esportivos.
*
DÍVIDA ASTRONÔMICA
O primeiro desafio é encarar uma dívida bilionária, que superou os R$ 2 bilhões durante a gestão Melo. O Corinthians carrega pendências ligadas à Neo Química Arena, além de processos na CNRD, na Fifa e ações trabalhistas. O fluxo de caixa precisa ser equilibrado, e a busca por novas receitas tem sido difícil com o histórico recente de escândalos envolvendo ex-dirigentes.
PROJETO ESPORTIVO E TRANSFER BAN
No departamento de futebol, o próximo presidente terá de lidar com um elenco curto, mas de altas cifras, enquanto tenta livrar a equipe do transfer ban. A reformulação passa por definir uma estratégia clara, além de definir o futuro do executivo Fabinho Soldado, que enfrenta um momento turbulento. O time precisa de contratações pontuais assertivas e de sustentação a um projeto esportivo de médio e longo prazo que dê respaldo a Dorival Jr.
GOVERNANÇA E TRANSPARÊNCIA
Outro ponto de cobrança da torcida é a falta de clareza nas gestões anteriores. Auditorias independentes, compliance e a publicação de contratos e indicadores de desempenho são medidas esperadas para restabelecer a confiança e reduzir suspeitas que se acumularam nos últimos anos.
CATEGORIAS DE BASE
As categorias de base também preocupam, principalmente diante das polêmicas com contratações e da queda de rendimento nas competições juvenis. A recente perda de jovens promessas para outros clubes acendeu alerta. Blindar contratos, estabelecer multas compatíveis e criar uma transição eficiente para o profissional são fundamentais para não repetir erros do último ano.
POLÍTICA INTERNA E REFORMA DO ESTATUTO
Por fim, o ambiente político segue como um dos principais entraves. Divisões históricas e disputas entre grupos tornam mais difícil aprovar medidas impopulares, mas necessárias. O novo presidente precisará construir alianças sólidas no Conselho e pacificar bastidores para viabilizar o projeto de reestruturação do estatuto do Corinthians.
Com tantos pontos críticos, a nova gestão terá pouco espaço para erros. O futuro do Corinthians depende da capacidade do próximo presidente em unir o clube e recolocar o Timão no caminho da estabilidade dentro e fora de campo.