SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Após dividir opiniões nas redes sociais, o “pijamão” de Getúlio Vargas voltou ao acervo do Museu da República, no Palácio do Catete, sem fazer parte dos eventos que lembram o suicídio do presidente, há exatos 71 anos.

O Museu da República desistiu de expor a réplica gigante do pijama usado por Vargas no dia do suicídio, em 24 de agosto de 1954.

Em nota oficial, a direção da instituição informa que a decisão foi tomada devido a limitações técnicas relacionadas à ventilação e sustentação da peça.

O comunicado nega que tenha recebido uma notificação do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) sobre a instalação e afirma que o “pijamão”, fotografado no pátio interno do Palácio do Catete, estava em fase de testes de viabilização técnica.

A imagem da peça, com quatro metros de altura, listras verticais, botões com o monograma GV e até a marca de sangue na altura do peito, provocou centenas de comentários nas redes sociais.

Na avaliação da direção do Museu da República, a repercussão gerou ruídos e informações desencontradas sobre o trâmite para liberação da instalação junto ao Iphan.

Os 71 anos da morte de Vargas são lembrados com a exposição, no andar térreo, de itens do acervo ligados ao presidente, como o pijama original e a máscara mortuária produzida pelo escultor Flory Gama a pedido da família.

O quarto onde Vargas se matou, no terceiro andar do Palácio do Catete, está temporariamente fechado para o público.

A ideia de expor o “pijamão” foi para cirar um contraponto lúdico ao peso dramático das peças originais ligadas ao suicídio.

A réplica foi criada pela artista Clarissa Campello em parceria com Leidiane Carvalho, premiada no concurso Interferências Urbanas 2008 e doada ao museu.

Fechado em fevereiro deste ano para análises estruturais, o Museu da República foi reaberto parcialmente em junho, com visitas ao primeiro pavimento.

As análises incluem prospecções em pisos e paredes, com acompanhamento de especialistas em restauro e técnicos do Iphan.

Segundo a instituição, o trabalho revelou a necessidade de realização de serviços de restauração.

Além do pijama original e da máscara mortuária, fazem parte do acervo a pistola usada pelo então presidente na manhã de 24 de agosto de 1954 e a primeira carteira de trabalho assinada por ele.