SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O PT, partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, divulgou um documento neste sábado (23) em que afirma que o chefe do governo americano, Donald Trump, tentará derrotar o brasileiro nas eleições de 2026. De acordo com a legenda, Trump usará as redes sociais e ferramentas de inteligência artificial em sua ofensiva política.
“O que Trump e seus aliados da direita brasileira pretendem, e não terão êxito, é derrotar, nas eleições de 2026, o projeto de desenvolvimento nacional que estamos consolidando sob a liderança do presidente Lula”, afirma a resolução política do diretório nacional do partido, a primeira da nova gestão petista.
O partido afirma que a soberania brasileira está sendo atacada por Trump. O presidente americano impôs tarifas sobre produtos de diversos países mas, no caso brasileiro, as atrelou às investigações contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O governo americano também sancionou ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) envolvidos no caso, principalmente Alexandre de Moraes.
“O centro dessa ofensiva do governo Trump e de seus aliados brasileiros se dará com intenso uso da guerra híbrida, por meio das redes sociais e do uso da inteligência artificial como instrumentos de disseminação de desinformação, teorias da conspiração e discursos de ódio”, afirma a legenda, que defende uma regulação das plataformas.
O partido também cita “ataques sistemáticos contra governos progressistas” por parte dos Estados Unidos. Ainda segundo a sigla, há uma disputa “de caráter prolongado” contra o fascismo.
O documento foi divulgado pouco depois de o PT definir os nomes que comporão sua comissão executiva até 2029, concluindo o processo de troca de direção que colocou o ex-prefeito de Araraquara Edinho Silva como presidente do partido.
O partido também planeja manifestações no 7 de Setembro, data em que bolsonaristas devem ir às ruas para defender o ex-presidente. A data coincide com o período do julgamento de Bolsonaro no STF, que começará no dia 2, com sessões até o dia 12. Os petistas querem se contrapor ao grupo político adversário.
“Estamos convocando o 7 de Setembro para que ele seja nacional, ocorra em todos os estados”, disse Edinho em entrevista a jornalistas na sede do PT, em Brasília.
O dirigente petista também afirmou que o partido trabalhará para ampliar sua federação partidária, hoje composta por PT, PCdoB e PV, e que disputará o apoio de partidos e integrantes do centrão -o grupo político, predominante no Congresso, tem representantes em ministérios do governo Lula, mas acelerou um movimento de afastamento visando às eleições do ano que vem.
“Vamos disputar essas lideranças até o fim. Se elas quiserem estar conosco, serão bem-vindas”, afirmou Edinho Silva, em referência à aliança que Lula pretende montar para disputar a reeleição.
O principal gargalo seria com União Brasil e PP. Os partidos acabam de lançar uma federação e têm buscado um nome à direita para apoiar na eleição presidencial, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).
DIREÇÃO PETISTA
O PT terminou ainda a escolha de quem ocupará cargos executivos na legenda pelos próximos anos. O partido terá cinco vice-presidentes:
Jilmar Tatto – deputado federal por São Paulo e antigo secretário de Comunicação do PT
Joaquim Soriano – dirigente partidário
José Guimarães – deputado pelo Ceará e líder do governo na Câmara
Rubens Junior – deputado federal pelo Maranhão
Washington Quaquá – prefeito de Maricá (RJ)
Havia uma indefinição sobre o destino de Jilmar Tatto. Ele se movimentou para continuar como secretário de comunicação e teve apoio de setores do partido, mas precisou mudar de cargo. Já a secretária de Finanças, Gleide Andrade, conseguiu se manter no posto.
O novo secretário de comunicação petista é Eden Valadares, ex-presidente do diretório do PT na Bahia e próximo do líder do governo no Senado, Jaques Wagner.
Outro cargo cobiçado na direção do PT também teve o antigo ocupante reconduzido: o ex-deputado pelo Rio Grande do Sul Henrique Fontana continuará como secretário-geral.
Quem fecha a lista de ocupantes dos cargos mais poderosos da estrutura petista é Laércio Ribeiro, dirigente partidário de São Paulo.