SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Ter a própria imagem projetada em uma parede no meio do Beco do Batman, na Vila Madalena, conhecido por ser uma galeria de grafite a céu aberto, foi uma das atrações que mais chamaram a atenção de crianças e adultos nesta noite de sexta-feira (22). “A gente se sente como se fosse uma obra de arte também, no meio de tantas outras”, afirma Ivy Ferreira, 26.

A jovem é carioca, vive em São Paulo e está recebendo um amigo e uma amiga do Rio de Janeiro. “Eu nem sabia que tinha um evento especial aqui hoje. Vim mostrar o espaço e acabamos tendo a sorte de ter este festival”, conta.

A projeção, que funciona a partir da captação da imagem da pessoa por uma câmera, é apenas uma das atrações do Festival de Luzes, que acontece até o dia 6 em diferentes pontos da cidade. Como dependem do sistema de iluminação artificial, as apresentações começam quando o sol se põe.

Bruno Leonardo, 44, estava acompanhado da mulher, Thiana, e dos filhos, de 12 e 4 anos. “A gente viu que ia ter uma apresentação de arte e tecnologia e aproveitamos para trazer as crianças para ver”, diz.

Esta é a sexta edição do festival e conta com artistas do Brasil e de outros países. No beco, na zona oeste de São Paulo, as obras se conectam com os grafites nas paredes e com o movimento das ruas.

Além da projeção das pessoas, a exposição inclui vídeo mapping (projeção em diferentes superfícies) nos prédios do beco, nas imediações e no chão, além de lasers que causam efeitos visuais no céu. Os artistas escolhidos para participar do festival foram escolhidos a partir de uma chamada pública.

No primeiro fim de semana, as obras expostas são da colombiana Karen Palacios e das brasileiras Koral Alvarenga e Marina Caversan. O artista Cauê Maia, com sua Bazuca Poética, também está presente. Ele usa equipamentos artesanais para projetar frases nas paredes.

O festival acontece novamente na noite deste sábado (23) no mesmo local. No próximo fim de semana, a atração deve estar em uma versão maior na região do Monumento às Bandeiras, no Ibirapuera, na sexta (29) e no sábado (30).

No segundo fim de semana, o evento terá ainda uma apresentação de coreografia área com 300 drones, que começará nos dois dias às 20h.

Haverá ainda um conjunto de 12 cilindros preenchidos com água de rios urbanos de São Paulo, que serão coletados em lugares próximos de suas nascentes, como no caso do Tietê. Estão na lista o Tamanduateí, no centro da cidade, e o rio do Sapateiro, que alimenta o lago do parque Ibirapuera. Textos serão projetados em laser nos cilindros. A obra é do artista Rodrigo Carvalho, de Salvador.

No fim de semana final (dias 5 e 6), o festival se encerra com apresentação na avenida Paulista, principalmente na região próxima da rua da Consolação. Diferentemente dos outros finais de semana, as apresentações terão início na quinta-feira (4).