SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A sequência invicta e com nocautes em sequência de Zhang Mingyang não intimida Johnny Walker. O carioca de 33 anos encara neste sábado (23) o representante da casa na luta principal do UFC China e tem certa a estratégia para impor ao rival a primeira derrota na organização.

“Só usar a distância, eu sou muito maior que ele e.., Na verdade, só ver o caras que ele ganhou. Ele não lutou contra ninguém do meu nível ainda. O único cara mais ou menos foi Anthony Smith, que já estava no final de carreira, né? Quando eu lutei contra Smith, ele ainda estava um pouquinho bom e, mesmo assim, passei o carro nele”, disse Walker à reportagem.

O QUE ACONTECEU

Johnny Walker chega para o combate buscando se reerguer entre os meio-pesados. Sua última vitória ocorreu há mais de dois anos, em maio de 2023, quando bateu o americano Anthony Smith. Desde então, foram duas derrotas e um no contest —sem resultado. A luta marca seu retorno ao octógono após 14 meses.

O brasileiro é o primeiro adversário ranqueado de Zhang no UFC. Ex-top 5, o brasileiro aparece atualmente em 13º, uma posição acima do chinês, que aparece no ranking pela primeira vez.

Ele não pegou ninguém no auge ainda, igual a mim. Eu estou no auge. Mesmo vindo da derrota, perdi para o atual campeão da categoria [Ankalaev]. Perdi também para um cara que já foi campeão, Jamal Hill, e lutei com um cara que já lutou pelo cinturão, Oezdemir. Só lutei com um cara de top 5 do UFC.

Até aqui, o invicto emendou três nocautes seguidos na organização, todos eles no 1º round. Ele fez a sua estreia em fevereiro de 2024, derrotando Brendson Ribeiro. Nove meses depois, atropelou Ozzy Diaz, e sua última vítima foi em abril deste ano.

O chinês, inclusive, “aposentou” sua última vítima —que foi o rival em comum entre eles. Após ser derrotado por Zhang, Anthony Smith anunciou o fim de sua trajetória no UFC aos 37 anos. O americano vinha sofrendo nos últimos anos de carreira após ter sido o número 2 da categoria e perdido a luta pelo cinturão para Jon Jones em 2019.

Ele ainda não lutou com ninguém no top dez ainda, eu vou ser o primeiro cara que ele vai pegar. Na verdade, nem no top dez estou agora que eu desci, mas já fui top 5 e é só questão de tempo. Depois desse aí, eu vou subir igual uma bala.

Johnny Walker se diz confiante em voltar a escalar o ranking e que vive seu melhor momento após mudar de país. Ele trocou a Irlanda pelos Estados Unidos e está encantado com o upgrade que teve nas condições de treinamento, conforme contou.

Me mudei de país, de treinador, de academia, tudo para melhor. Foi um aprimoramento 100%, cara. Estou treinando muito melhor agora, com todos os acessórios possíveis. O sonho é diferente nesta sexta-feira (22) porque eu morava na Irlanda, dirigia umas quatro horas por dia para treinar e não tinha tudo que eu tenho lá nos EUA

Eu dava sempre o meu melhor, mas eu não tinha as melhores condições. Então, só o meu melhor não era o suficiente para lutar com os melhores do mundo. nesta sexta-feira (22), não, eu dou o meu melhor nas melhores condições possíveis, moro a cinco minutos da academia lá eu tenho café da manhã, almoço, janta, suplemento, fisioterapia, recuperação, preparação física, treino só com cara de alto nível. Esse tempo que eu fiquei fora, eu evoluí demais.Johnny Walker, ao UOL

Walker encabeça o evento em Xangai, cujo card principal começa às 7h (de Brasília) de sábado. Já as lutas preliminares têm início às 4h, e o UOL transmite as três primeiras.