SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Com o Brasil em destaque nos planos de expansão internacional, a NBA vem se empenhando para estreitar a relação com os fãs do país onde reina o futebol. Tais esforços já duram anos e, após uma série de experimentos e inovações, vêm se traduzindo em números cada vez mais animadores para a maior liga de basquete do mundo.

Só em 2025, a NBA ultrapassou 490 milhões de visualizações orgânicas de seus conteúdos originais produzidos no Brasil. Os dados, divulgados pela primeira vez, foram compilados somando as estatísticas das plataformas YouTube, Instagram e Tiktok.

Foram mais de 10,5 milhões de horas de material próprio assistidos apenas no YouTube. Ao todo, a liga disponibilizou 47 horas de programação autoral além de 380 horas de transmissões ao vivo, incluindo a exibição de jogos da NBA e de programas originais, como o Rodada NBA, o NBA Crunchtime e o Na Estrada.

A liga colhe tais resultados mais de uma década após ter passado a olhar para o mercado brasileiro com maior atenção. O movimento inicial veio com a abertura do primeiro escritório no país, em 2012. Nos anos seguintes, a organização investiu na formação de um departamento de conteúdo.

A NBA Brasil foca em produtos inovadores para aumentar os “pontos de contato” com os amantes de basquete no país. Essa função fica a cargo de uma equipe cuja missão é justamente tentar ampliar essa identificação. O núcleo era a princípio chefiado por um norte-americano, até que a liga convocou um brasileiro para a função. Gustavo Penna assumiu em 2017 e é um dos responsáveis pelos experimentos.

A produção local cresceu com o passar dos anos e virou referência na América Latina. Com o sucesso no Brasil, a NBA decidiu expandir a operação brasileira para outros países nos arredores. O trabalho é tocado com liberdade editorial, tendo autonomia para criar uma voz própria e atender às demandas específicas de público de cada região, apostando na utilização de influenciadores.

Até o ano passado, fui responsável pela produção de conteúdo original no Brasil, por encontrar pontos de contato da NBA com os fãs pensando localmente. De um ano pra cá, minha missão se expandiu para o resto da América Latina. A gente tem uma operação consolidada no México, uma outra menor na Argentina, e o objetivo é expandir esse mesmo conceito que está tendo muito sucesso para as outras regiões.

“A gente quer se posicionar não como o canal oficial da liga, mas como um canal onde o fã de basquete encontra e consome conteúdos diversos sobre NBA. A gente quer pluralidade de vozes. Nesse processo de globalização, de ter os escritórios locais trabalhando cada vez mais próximos dos fãs, a gente foi tendo a oportunidade de criar essa voz e de construir esse projeto”, afirma Gustavo à reportagem.

Com essas e outras ações, a NBA busca se aproximar dos mais de 50 milhões de fãs que tem e consolidar sua posição no Brasil —o país também organiza a NBA House há sete anos. A organização de basquete detém a liga esportiva internacional mais popular entre os brasileiros conectados, de acordo com a pesquisa Sponsorlink da Ibope Repucom. Isso significa que cerca de 45% da população digital do Brasil se identifica como f㠗representando um aumento de 16% nos últimos três anos.

“Não restam dúvidas da relevância que o Brasil tem como mercado para a NBA. Temos um volume de fãs inacreditável e estamos mais ou menos no fuso horário que os jogos acontecem. Isso é comprovado isso pelo nível de investimento. Dá para afirmar que o Brasil é um mercado extremamente relevante para NBA no mundo e é por isso que a gente tem tanta autonomia”, diz Gustavo.