SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Os vereadores de São Paulo aprovaram projeto de lei que inclui permissão para a ampliação da área construída do Instituto Butantan, na zona oeste, para aumentar a capacidade de fabricação de vacinas. O texto recebeu 43 votos favoráveis, seis contrários e uma abstenção.
A aprovação ocorreu em segunda votação nesta quarta-feira (20) e, agora, segue para sanção do prefeito Ricardo Nunes (MDB).
O PL é um substitutivo de autoria do Executivo para incluir Zonas de Ocupação Especial do Butantan e do IPT (Instituto de Pesquisas Tecnológicas) no âmbito do PIU (Plano de Intervenção Urbana) Arco Pinheiros, vigente desde o fim do ano passado.
As novas regras permitem aumentar a verticalização dos prédios onde estão instalados o Instituto Butantan e o IPT, além da ampliação das construções em relação aos terrenos.
“O projeto permitirá a construção ou ampliação de fábricas de vacinas fundamentais para a saúde da população brasileira, como DTPa (difteria, tétano e coqueluche), vírus papiloma humano e o novo prédio para envase e liofilização de vacinas”, informou o instituto.
Moradores do bairro afirmam que as obras causam desmatamento em área protegida, que faz parte do corredor ecológico do Butantã, segundo trecho de abaixo-assinado contra o PL.
De acordo com a gestão Nunes, serão derrubadas cerca 1.500 árvores. O instituto informou que apenas cerca de 150 delas são nativas.
Em nota, o Instituto Butantan informou que irá realizar o plantio de mais de 9.000 árvores nativas em sua área e entorno “para restaurar a mata atlântica, hoje ameaçada por espécies invasoras, beneficiando toda a vizinhança e a cidade de São Paulo”.
Estudo anterior que estimava a necessidade de derrubada cerca de 6.600 árvores perdeu a validade, segundo o instituto, “uma vez que a quase totalidade dessa vegetação encontra-se na área que agora será preservada”.
“Essa proposta beneficiará a todos. Por um lado, mantemos nosso compromisso de ampliar o acesso da população brasileira à saúde, com a produção de vacinas, soros e imunobiológicos que salvam vidas todos os dias por meio do SUS. Por outro, vamos preservar e recuperar a Mata Atlântica do Instituto Butantan”, afirma Esper Kallás, diretor do Instituto Butantan, em nota divulgada pela entidade.