RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O governador de Mato Grosso, Mauro Mendes (União), rebateu nesta quinta-feira (21) as críticas feitas pelo vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) a governadores da direita. Questionado por jornalistas em Cuiabá, Mendes disse que a fala do filho do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi “destemperada” e afirmou que ele falou “pela boca aquilo que devia sair por outro lugar”.

“Ele deve estar, assim, se sentindo ferido, magoado, e falando pela boca aquilo que devia sair por outro lugar. Acho que é muito ruim esse tipo de ataque, isso não ajuda na solução de nenhum problema. O destempero de algumas lideranças políticas, que se dizem lideranças, isso é muito ruim. Isso não contribui com a sociedade”, afirmou.

As críticas de Mendes ocorreram dias após Carlos Bolsonaro publicar em suas redes sociais que governadores da direita “se comportam como ratos” e agem de forma “oportunista” ao tentar herdar o espólio político de seu pai, que está inelegível até 2030 e cumpre prisão domiciliar por ordem do STF.

A publicação foi feita um dia depois de Romeu Zema (Novo-MG) lançar sua pré-candidatura à Presidência e foi compartilhada por outro filho do ex-presidente, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

Na postagem, Carlos afirmou que governadores sacrificam o povo “pelo poder” e não se diferenciam do PT, partido que dizem combater. Também acusou chefes estaduais de se afastarem de pautas do bolsonarismo, como a anistia aos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.

Segundo aliados, entre os alvos dos ataques estão não apenas Zema, mas também Tarcísio de Freitas (Republicanos-SP), Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Ratinho Jr. (PSD-PR), todos cotados como possíveis sucessores de Jair Bolsonaro na corrida presidencial.

Mendes também disse estar “de saco cheio” da polarização política no país. “É uma discussão inútil, que no final do dia não põe comida na mesa, não melhora as estradas, não melhora a saúde”, completou. A declaração foi dada na chegada ao ato de filiação da senadora Margareth Buzetti, que trocou o PSD pelo PP em busca de viabilizar sua reeleição.