SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Festival de Brasília irá exibir “O Agente Secreto”, longa de Kleber Mendonça Filho premiado no Festival de Cannes, na sua abertura. A mostra de cinema, uma das mais tradicionais do Brasil, divulgou a sua programação, que ocorre de 12 a 20 de setembro na capital federal, nesta quarta-feira (20).

Serão exibidos 80 filmes, distribuídos em seis mostras —as tradicionais Mostra Competitiva e Mostra Brasília, além de quatro paralelas –Caleidoscópio, Festival dos Festivais, Coletiva Identidades e História(s) do Cinema Brasileiro.

O festival comemora 60 anos em 2025 e, para celebrar, serão exibidos longas históricos que representam a trajetória do evento. Entre eles estão “São Paulo Sociedade Anônima”, de Luiz Sergio Person, e “A Falecida”, longa de Leon Hirzman com Fernanda Montenegro —ambos os filmes participaram da primeira edição, em 1965.

O diretor artístico desta edição, Eduardo Valente, enfatizou a diversidade dos títulos escolhidos para a mostra competitiva. “Essa amplitude de origens geográficas não foi um pressuposto curatorial, mas essa seleção reforça o objetivo do Festival de Brasília de servir de plataforma para olhares múltiplos e complementares.”

“As obras que serão apresentadas cruzam séculos da história brasileira, indo do nosso passado mais remoto a propostas de possíveis futuros, tentando encontrar os traços fundamentais da nossa formação enquanto nação, chamando a atenção para suas incompletudes, contradições e injustiças”, acrescentou Valente.

O troféu Candango será entregue a Montenegro, que venceu o prêmio de melhor atriz na primeira edição do festival e já teve mais de 15 aparições na programação do evento.

Já o troféu Associação Brasiliense de Cinema e Vídeo vai para o brasiliense Chico Sant’Anna, com mais de 40 anos de carreira no teatro e no cinema. O prêmio Leila Diniz, dedicado a profissionais que marcaram o audiovisual brasileiro, será concedido a Lúcia Murat, cineasta de “Mestras” (2024).

Por fim, a medalha Paulo Emílio Salles Gomez, que celebra o fundador do festival, será entregue à pesquisadora acadêmica Ivana Bentes.

Os longas e curtas serão exibidos no Cine Brasília, com sessões também no Complexo Cultural de Planaltina, Sesc Gama e Sesc Ceilândia. Este ano, o festival terá nove dias de programação e foi incluído um longa-metragem a mais na mostra competitiva e outro na mostra Brasília.

O encerramento ocorre com a produção brasiliense “A Natureza das Coisas Invisíveis”, de Rafaela Camelo. O longa foi exibido no Festival de Berlim e conquistou o prêmio de melhor filme do júri infantil no Festival de Cinema do Uruguai.

Confira abaixo a programação do festival:

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MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL – LONGAS

– “Morte e Vida Madalena”, de Guto Parente

– “Xingu à Margem”, de Wallace Nogueira e Arlete Juruna

– “Quatro Meninas”, de Karen Suzane

– “Corpo da Paz”, de Torquato Joel

– “Aqui Não Entra Luz”, de Karol Maia

– “Assalto à Brasília”, de José Eduardo Belmonte

– “Futuro Futuro”, de Davi Pretto

MOSTRA COMPETITIVA NACIONAL – CURTAS

– “Logos” de Britney

– “Safo”, de Rosana Urbes

– “Dança dos Vagalumes”, de Maikon Nery

– “Faísca”, de Bárbara Matias Kariri

– “Laudelina e a Felicidade Guerreira”, de Milena Manfredini

– “Boi de Salto”, de Tássia Araújo

– “Couraça”, de Susan Kalik e Daniel Arcades

– “A Pele do Ouro”, de Marcela Ulhoa e Yare Perdomo

– “Cantô Meu Alvará”, de Marcelo Lin

– “Ajude Os Menor”, de Janderson Felipe e Lucas Litrento

– “Replika”, de Piratá Waurá e Heloisa Passos

– “Fogo Abismo”, de Roni Sousa

MOSTRA BRASÍLIA – LONGAS

– “Vozes e Vãos”, de Edileuza Penha de Souza e Edymara Diniz

– “Mil Luas”, de Carina Bini

– “Maré Viva Maré Morta”, de Claudia Daibert

– “A Última Noite da Rádio”, de Augusto Borges

– “Menino Quem Foi Seu Mestre?”, de Rafael Ribeiro Gontijo e Sandra Bernardes

MOSTRA BRASÍLIA – CURTAS

– “Notas Sobre a Identidade”, de Marisa Arraes

– “Dizer Algo Sobre Estar Aqui”, de Vaga-mundo – Poéticas Nômades

– “O Bicho Que Eu Tinha Medo”, de Jhonatan Luiz

– “A Brasiliense”, de Gabriel Pinheiro

– “O Fazedor de Mirantes”, de Betânia Victor e Lucas Franzoni

– “Rainha”, de Raul de Lima

– “Terra”, de Leo Bello

– “Dois Turnos”, de Pedro Leitão

– “Três”, de Lila Foster

– “O Cheiro do Seu Cabelo”, de Clara Maria Matos

– “Rocha: Substantivo Feminino”, de Larissa Corino e Patrícia Meschick

MOSTRA CALEIDOSCÓPIO

– “Nosferatu”, de Cristiano Burlan

– “Palco Cama”, de Jura Capela

– “Atravessa Minha Carne”, de Marcela Borela

– “Uma Baleia Pode Ser Dilacerada Como Uma Escola de Samba”, de Marina Meliande e Felipe M. Bragança

– “Nimuendajú”, de Tania Anaya

MOSTRA FESTIVAL DOS FESTIVAIS

– “Cais”, de Safira Moreira

– “A Mulher Sem Chão”, de Auritha Tabajara e Débora McDowell

– “Vasta Natureza de Minha Mãe”, de Aristótelis Tothi e Inez dos Santos

– “As Travessias de Letieres Leite”, de Iris de Oliveira e Day Sena

MOSTRA COLETIVAS IDENTIDADES

– “Pau d’Arco”, de Ana Aranha

– “Notas Sobre um Desterro”, de Gustavo Castro

– “A Voz de Deus”, de Miguel Antunes Ramos

MOSTRA HISTÓRIA(S) DO CINEMA BRASILEIRO

– “Relâmpagos de Críticas Murmúrios de Metafísicas”, de Julio Bressane e Rodrigo Lima

– “Os Ruminantes”, de Tarsila Araújo e Marcelo Mello

– “Anti-heróis do Udigrudi Baiano”, de Henrique Dantas

SESSÕES ESPECIAIS

– “Sérgio Mamberti – Memórias do Brasil”, de Evaldo Mocarzel

– “Para Vigo Me Voy”, de Lírio Ferreira e Karen Harley

– “O Nordeste sob a Caravana Farkas”, de Arthur Lins e André Moura Lopes

– “Hora do Recreio”, de Lúcia Murat (Prêmio Leila Diniz)

– “Ontem, Hoje e Amanhã” e “O Cego Estrangeiro”, de Marcius Barbieri

– “O Socorro Não Virá”, de Cibele Amaral

60 ANOS DO FESTIVAL DE BRASÍLIA

– “São Paulo SA”, de Luiz Sérgio Person

– “A Falecida”, de Leon Hirszman

– “Vinil Verde”; “Noite de Sexta Manhã de Sábado”; e “Recife Frio”, de Kleber Mendonça Filho