SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A sargento Jéssica Córmick (Avante), prefeita interina de São Bernardo do Campo, afirmou que fará auditoria em contratos após o afastamento do prefeito Marcelo Lima (Podemos), alvo de operação que também mirou vereadores, empresários e servidores públicos por suspeita de desvio de dinheiro público.
“A gente está em contato com a nossa Procuradoria, também com a nossa Secretaria de Justiça, tudo isso já está sendo apurado. Vai ser feita, sim, provavelmente uma auditoria. Isso vai ficar entre a PGM (Procuradoria Geral do Município) e a Secretaria de Justiça, mas já pedi que isso seja feito”, afirmou à TV Globo.
Ela, porém, ressaltou que cancelamentos de contratos não são simples.
“Não são contratos que eu posso simplesmente cancelar, que eu posso parar. Por exemplo, um contrato de lixo, existe uma demanda, uma demora para fazer outro contrato. Se eu corto hoje, eu tenho uma cidade de quase 1 milhão de habitantes, é uma demanda de lixo grande, então eu não posso deixar acontecer isso”, adiantou.
Jéssica disse que a prioridade é manter os serviços funcionando. “A cidade toda é prioridade. É uma gestão que está indo muito bem. Nossa preocupação maior é não deixar o serviço parar, que as coisas deixem de chegar para nossa população”, disse.
A operação, na última quinta-feira (14), que afastou Lima do comando de São Bernardo do Campo foi resultado, segundo agentes da Polícia Federal, de uma obra do acaso. No dia, houve apreensão de R$ 3,2 milhões.
A investigação apura o funcionamento de uma rede criminosa supostamente abastecida por dinheiro desviado de contratos com a prefeitura e começou com um encontro fortuito de provas, como relatado em inquérito. Os investigadores chegaram a R$ 14 milhões e ao operador do esquema investigado enquanto procuravam por outra pessoa.
O investigado apontado como operador dos desvios é Paulo Iran Paulino da Costa, que cuidava das despesas do prefeito e de seus familiares, segundo a investigação, incluindo até mensalidade de faculdade de medicina da filha de Lima. Procurada, a defesa de Paulo Iran afirmou que vai se manifestar nos autos do processo.
A Folha procurou as defesas de Marcelo Lima e de Danilo Lima, presidente da Câmara também afastado, mas não teve resposta até a publicação deste texto. O Ministério Público apresentou denúncia contra eles e outros investigados no suposto esquema nesta segunda-feira (18).