Da Redação

A presença de Anitta no Parque Indígena do Xingu, no Mato Grosso, durante o Quarup — uma das celebrações mais importantes da cultura local, realizada em homenagem aos mortos — não passou despercebida e acabou alimentando uma discussão acalorada nas redes sociais.

A cantora, que participou da cerimônia a convite de lideranças indígenas, foi alvo de críticas da ativista Ysani Kalapalo. Em vídeos publicados para seus seguidores, Ysani acusou Anitta de não respeitar as tradições do ritual, argumentando que a forma como a artista se apresentou não correspondia aos costumes da celebração. Segundo ela, a cantora deveria estar pintada e trajando apenas adereços específicos, e não roupas convencionais.

A ativista também levantou a acusação de que Anitta estaria se valendo da pauta indígena como forma de autopromoção. “Ela fala muito, mas não ajuda de fato no avanço dos povos indígenas”, declarou. Ysani ainda ironizou a posição política da cantora, dizendo que suas falas sobre causas sociais não condizem com sua vida de luxo.

Do outro lado, Anitta não deixou as críticas sem resposta. Em suas redes, ressaltou que sua ida ao Quarup foi motivada por um convite formal de organizações ligadas ao Xingu e que seu objetivo era vivenciar a tradição de perto. A artista destacou a honra de ter conhecido o cacique Raoni, uma das maiores lideranças indígenas do país, e aproveitou para reforçar a necessidade de apoio aos povos originários na defesa da floresta.

A polêmica rapidamente dividiu opiniões online: enquanto parte do público entendeu a presença da cantora como uma forma de dar visibilidade à causa indígena, outros reforçaram o discurso de Ysani sobre desrespeito cultural.

Ysani Kalapalo, que ganhou notoriedade internacional após discursar na Assembleia-Geral da ONU em 2019, mantém forte presença digital e também já participou de programas de televisão, o que ajudou a amplificar ainda mais o debate.