Da Redação
O mercado financeiro brasileiro viveu um dia de forte instabilidade nesta terça-feira (19/8). O dólar voltou a encostar nos R$ 5,50 e a bolsa registrou a segunda maior queda do ano, refletindo o clima de tensão após a aplicação da Lei Magnitsky pelos Estados Unidos contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
A moeda norte-americana fechou o dia cotada a R$ 5,499, em alta de 1,19%. Durante a manhã, ainda chegou a mostrar estabilidade, mas rapidamente acelerou e atingiu R$ 5,50 no fim da tarde, maior nível em duas semanas. Apesar do salto, o dólar ainda acumula recuo de 11% em 2025.
Já o Ibovespa encerrou em 134.432 pontos, queda de 2,1%. O índice voltou ao menor patamar desde o início do mês, pressionado principalmente pelas ações de bancos, que sofreram com rumores de que instituições financeiras brasileiras poderiam ser atingidas caso não aderissem às restrições impostas por Washington. Bancos com atuação nos EUA lideraram as perdas.
A disputa jurídica
No mesmo dia, o ministro do STF Flávio Dino buscou esclarecer os impactos de decisões internacionais no Brasil. Ele destacou que legislações estrangeiras, como a Lei Magnitsky, não têm validade imediata em território nacional, embora tribunais internacionais possam ter suas decisões reconhecidas.
As sanções contra Moraes, determinadas pelos EUA, incluem bloqueio de bens, restrição de contas bancárias e proibição de entrada no país. Mesmo brasileiros sem ativos no exterior podem sentir reflexos indiretos, como dificuldades no uso de cartões e serviços digitais de empresas sujeitas à jurisdição americana.
O episódio aumenta a pressão sobre o ambiente político e econômico, já que as medidas ocorrem em meio ao processo que envolve o ex-presidente Jair Bolsonaro e a investigação sobre a tentativa de golpe.