RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Um jovem de 21 anos que acumula 87 citações em registros de ocorrência policial foi preso, na madrugada de segunda-feira (18), após ser encontrado escondido no forro de uma loja de utensílios domésticos, em Copacabana, na zona sul do Rio de Janeiro.
A Polícia Civil afirma que Patrick Rocha Maciel foi autuado em flagrante por furto e que o inquérito será encaminhado à Justiça.
Patrick havia deixado a prisão há menos de um mês, no dia 24 de julho. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do jovem. A Defensoria Pública foi procurada, mas ainda não respondeu.
A Justiça converteu a prisão em preventiva nesta terça (19), em audiência de custódia.
Segundo a Polícia Militar, agentes do 19º BPM foram acionados pelo sistema de segurança do estabelecimento e surpreenderam Patrick dentro da loja, que estava com a porta entreaberta. Ele carregava uma bolsa preta com R$ 768 em espécie.
Um segundo suspeito foi localizado nas proximidades e levado para a 12ª DP (Copacabana), onde o caso foi registrado.
Ao converter a prisão em preventiva, o juiz Rafael de Almeida Rezende destacou a reincidência e a gravidade em concreto do crime, cometido mediante rompimento de obstáculo e durante o período noturno.
“Em que pese o custodiado tenha deixado o sistema prisional pela última vez há menos de um mês e ainda se encontre em cumprimento de pena, volta a delinquir”, afirmou em trecho da decisão. Para o magistrado, a manutenção da prisão é necessária para garantir a ordem pública e o andamento do processo.
A trajetória de Patrick se confunde com sua infância no Morro da Providência, no centro do Rio. Desde pequeno, descia a comunidade para vender balas em Copacabana.
Aos 10 anos, foi levado pela primeira vez a uma delegacia por suspeita de roubar bicicletas na lagoa Rodrigo de Freitas. No mesmo ano, foi apreendido porque teria furtado um cordão de ouro de uma mulher.
Entre os 10 e 17 anos, Patrick foi encaminhado ao Degase ao menos 12 vezes, em razão de atos infracionais como furtos, porte de drogas e lesão corporal.
Seu histórico mostra também episódios em que teria participado de motins dentro das unidades socioeducativas. Como os processos envolvendo menores correm em segredo de Justiça, não há informações precisas sobre o tempo de internação.
Nos documentos oficiais não há registro do pai, apenas da mãe, que responde a acusações de maus-tratos e abandono de incapaz.
Aos 18 anos, Patrick foi preso suspeito de furtar produtos em uma farmácia. Na audiência de custódia, relatou fragilidade social e pediu apoio para tirar documentos e conseguir assistência especializada.
Solto com medidas cautelares, recebeu apenas um encaminhamento para o Creas (Centro de Referência Especializado de Assistência Social). Voltou às ruas sem documentos e reincidiu.
Desde então, sua rotina de prisões e solturas se intensificou. Em 2022, dias após deixar o presídio José Frederico Marques, em Benfica, foi preso novamente por suspeita de assaltar uma casa em Ipanema. Ele teria ameaçado a vítima com um espeto de churrasco.
De lá para cá, acumulou ao menos sete entradas no sistema penitenciário.
Agora, com a prisão preventiva decretada, Patrick volta ao sistema prisional menos de um mês depois da última soltura.