da redação
A polêmica da grama artificial voltou a ganhar força em Goiânia. Depois da Avenida Castelo Branco, agora foi a vez da Região da 44 receber o material nos canteiros, o que provocou críticas de comerciantes e moradores da área central da capital.
As imagens da obra, registradas nesta segunda-feira (18), levantaram suspeitas de que, além da grama, os canteiros estariam sendo concretados. A possibilidade incomodou lojistas, que temem dificuldade para uma futura substituição por vegetação natural. “Na Castelo Branco falaram que era algo provisório, até chegar o período das chuvas. Mas aqui parece que é definitivo. Se tem cimento, como vão trocar depois?”, questionou Lourival Damaceno, comerciante há mais de 30 anos na região.
Outro ponto de contestação é o risco de agravar problemas antigos, como os alagamentos recorrentes. “Quando chove forte, isso aqui vira um rio de lixo rodando. A cidade já não consegue drenar a água direito, e aí colocam cimento e plástico? Parece que querem piorar”, criticou Lourival.
A Companhia de Urbanização de Goiânia (Comurg) explicou que a intervenção faz parte de um projeto-piloto. A ideia, segundo a pasta, é avaliar alternativas em locais onde a grama natural não resiste à seca. A companhia afirmou ainda que o material usado estava guardado de gestões anteriores e que a instalação evita desperdício.
Em nota, a Comurg negou que os canteiros tenham sido concretados. “O que foi aplicado é pó de brita, não cimento”, esclareceu. A companhia reforçou também que não há previsão de expandir a grama sintética para outros pontos da cidade.
Entre elogios à durabilidade e críticas à falta de verde, a medida expõe um embate recorrente em Goiânia: a busca por soluções práticas versus a demanda por planejamento urbano sustentável.