da redação
O tradicional churrasco americano está pesando cada vez mais no bolso. A carne bovina nos Estados Unidos alcançou valores históricos, ultrapassando o equivalente a R$ 150 o quilo em alguns cortes, segundo dados do Departamento de Agricultura (USDA).
A disparada é resultado de uma combinação rara de fatores: estiagem prolongada que reduziu a engorda do gado, barreiras impostas ao México após a detecção de uma praga letal e o tarifaço de 50% sobre a carne brasileira, um dos principais fornecedores do mercado norte-americano.
O impacto já aparece nos números. O preço médio da carne para churrasco subiu 3,3% em apenas um mês e 9% no semestre, chegando a US$ 11,87 por libra. A carne moída, indispensável nos hambúrgueres, disparou ainda mais: alta de 15,3% em seis meses, custando agora US$ 6,33 por libra — cerca de R$ 75 o quilo.
O USDA estima que a produção local será a menor da última década, com queda de 4% em relação ao início do ano. Do lado externo, a situação também é delicada. As restrições ao gado mexicano devem se estender, já que os EUA ainda combatem a “bicheira do Novo Mundo”, doença que pode dizimar rebanhos. Já o Brasil, atingido pelo aumento tarifário, deve embarcar 180 mil toneladas a menos de carne para o mercado americano até 2026.
O resultado dessa “tempestade perfeita” é um consumidor cada vez mais pressionado. Com oferta em baixa e custos em alta, a mesa dos americanos pode ver a carne se transformar em um item quase de luxo, atingindo não só os churrascos de domingo, mas toda a cadeia alimentícia que tem o produto como base.