SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A partir de agosto do ano que vem, São Paulo será palco de um evento anual que quer colocar holofotes em iniciativas de criatividade, cultura, impacto social e inovação tecnológica e mercadológica.

Batizado de SP2B (São Paulo Beyond Business, ou São Paulo Além dos Negócios), o festival foi idealizado pela Da20, mesma criadora do Rio2C, evento da indústria criativa no Rio de Janeiro. Mas a inspiração também vem de fora: o SP2B bebe da mesma fonte que outro megaevento de enfoque semelhante, o SXSW (South by Southwest), de Austin, no Texas.

A proposta é reunir conferências, apresentações culturais e de negócios, festivais e startups (empresas iniciantes de base tecnológica) entre os dias 9 e 16 de agosto de 2026, no parque Ibirapuera. Em números, a expectativa é receber cerca de 500 mil pessoas e mais de 750 painéis, distribuídos por 26 palcos e com a participação de 2.000 artistas e empreendedores.

O SP2B também traz a plataforma Made in Sampa, voltada para pequenas e médias empresas, não necessariamente tecnológicas. O objetivo é servir como um polo de capacitação para empreendedores ao longo do ano, ajudando profissionais que “têm dificuldade com a transformação digital e com problemas que até antecedem isso, como de sucessão familiar e gestão de pessoas”, afirmou Rafael Lazarini, CEO da Da20, em evento nesta segunda-feira (18) para investidores.

“Temos uma rede de inovação de startups muito sólida, com vários eventos de mentoria e treinamento, mas o outro empreendedor que está fora do universo tecnológico está em uma caminhada muita sozinha. O Sebrae tem um trabalho intenso com esse tipo de empreendedor, mas achamos por bem também expandirmos o olhar”, completou.

A noite desta segunda selou uma espécie de edição piloto do projeto, apelidada de Première Edition. A primeira parte ocorreu no domingo, com participação do escritor israelense Yuval Harari, de “Sapiens”, e o cantor e compositor Gilberto Gil, em primeira apresentação após a morte da filha Preta.

Além da introdução do Made in Sampa, ainda houve apresentações de quatro fundos de Venture Capital, segmento do mercado que aposta em empresas iniciantes e startups: Greyhound Capital, Springhill Ventures, Jeneration Capital e Spectra Invest.

As apresentações foram uma espécie de vitrine dos portfólios dos fundos, com análises sobre o perfil das empresas abraçadas e casos de sucesso. A startup Wiz, da Springhill, foi comprada pelo Google por US$ 32 bilhões, por exemplo.

O ex-diretor do SXSW, Hugh Forrest, também participou de painel nesta segunda. Durante sua gestão, o festival de Austin montou edições com o então presidente Barack Obama, o bilionário Elon Musk e o cantor Bruce Springsteen.

“Pessoalmente falando, Springsteen foi meu preferido”, brincou ele. O festival SXSW ajudou a despontar Austin como uma das cidades de maior crescimento anual. “Ajudou que Elon Musk construiu uma fábrica da Tesla lá”, disse.

O SP2B reuniu 400 convidados nesta segunda, entre fundadores de startups, family offices, investidores institucionais, fundos locais e internacionais, executivos de grandes empresas e lideranças do setor público e privado.

Forrest foi anunciado como integrante da equipe de gestão e curadoria do festival paulista.

Lazarini, antes do evento inaugural, apresentou o projeto em entrevista coletiva que contou com a presença do prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, secretária da Cultura, Economia e Indústria Criativa do estado, Marília Marton, e do secretário de Desenvolvimento Econômico do município, Rodrigo Goulart.

“São Paulo é hoje uma cidade que reúne 3.877 startups e 360 mil empresas de tecnologia. É uma cidade acolhedora, que recebe gente do Brasil inteiro e do mundo todo. É um grande celeiro de oportunidades e o SP2B tem tudo a ver com isso. A melhor ferramenta para diminuir a desigualdade social é justamente a oportunidade. E o SP2B vai trazer muito disso: mais inovação, mais tecnologia, mais cultura e, acima de tudo, mais chances para as pessoas”, afirmou Ricardo Nunes.

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, afirmou à distância que o evento é a “cara de São Paulo”.

“Um projeto ambicioso, que se propõe a fomentar a criatividade como motor de negócios, a discutir transformações tão necessárias quanto inevitáveis e a pensar em conjunto para buscar soluções de impacto para melhorar a vida das pessoas.”