SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Como o governo brasileiro decidiu responder formalmente às acusações da investigação comercial dos EUA contra o país, cafeeiros pedem penico à Trump e outros destaques do mercado nesta terça-feira (19).
**RESPOSTA NA MESA**
Nesta segunda-feira (18), o governo brasileiro entregou a resposta formal à investigação comercial aberta pelos EUA contra o país apuração esta que pode causar danos muito difíceis de reparar, segundo especialistas.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, pediu formalmente que o USTR (Escritório do Representante de Comércio dos Estados Unidos) volte atrás na abertura da investigação.
Ainda, acrescentou que eventuais medidas unilaterais com base nessa apuração podem minar o sistema internacional de comércio e ter consequências negativas para a relação bilateral entre os países.
“O Brasil continua aberto a consultas e reafirma seu compromisso com a resolução de questões comerciais por meios cooperativos e legais”, escreveu o Itamaraty.
RECAPITULANDO
Essa investigação é aquela que destacou os problemas dos americanos com o Pix e as réplicas vendidas na 25 de março, rua de comércio popular de São Paulo você pode relembrar o caso clicando aqui.
Os resultados dela podem autorizar o governo dos EUA a retaliar, com medidas tarifárias e não tarifárias, qualquer nação estrangeira que tome práticas vistas que penalizam o comércio americano.
RÉPLICA
As normas dos EUA exigem que o país alvo da investigação seja ouvido e apresente argumentos, por isso a resposta formal. O processo costuma durar 12 meses a partir do início da apuração.
Bom para todos é assim que o governo escolheu defender o Pix. No documento, o Itamaraty escreve que o objetivo do método de pagamento é expandir o acesso à economia brasileira, um benefício que também se estenderia a entidades americanas.
Segundo o documento, a tecnologia cria oportunidades para grandes empresas americanas como o Google, que processou cerca de 1,5 milhão de transações via Pix no mês passado.
Afirma também que a opção de pagamento via QR code do Pix é usada por plataformas como WhatsApp e Uber, que optaram por não se registrar como instituições ou iniciadoras de pagamento.
**ME ISENTA, POR FAVOR!**
Os cafeeiros só querem um pequeno favor do governo dos EUA: serem isentos da sobretaxa de 50% estabelecida pelo governo Donald Trump às exportações brasileiras.
Eles manifestaram formalmente ao governo dos EUA o desejo de serem incluídos na lista de quase 700 isenções ao tarifaço contra o Brasil.
Querido Trump em carta enviada ao USTR (Escritório do Representante de Comércio dos EUA), que abriu uma investigação comercial contra o Brasil, o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil) traçou um panorama do setor.
O argumento principal que a associação usa é destacar que o Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e que, na relação comercial entre os dois países, ambos são mutuamente indispensáveis.
“O café brasileiro responde por mais de 30% do mercado americano, tornando o Brasil o seu principal fornecedor. Por sua vez, os EUA são o principal destino do café brasileiro, representando 16% das exportações totais”, afirma o documento.
O risco é que marcas tradicionais americanas sejam diretamente prejudicadas pelo tarifaço, ou até desapareçam, se forçadas a alterar seus blends. A mudança pode afetar o sabor da bebida, o que possivelmente faria o consumidor americano repensar as compras.
Blend é uma palavra inglesa para mistura. No mundo do café, o termo designa cafés compostos por uma mistura de grãos de origens diferentes, para criar um perfil de sabor único.
OS PERSONAGENS
A resposta brasileira não menciona nomes de marcas.
Entre as mais conhecidas pelos consumidores dos EUA estão empresas como Folgers, da J.M. Smucker Company, e Maxwell House, da Kraft Heinz, ambas conhecidas no segmento de café moído vendido em supermercados.
Essa lista também inclui companhias como a Eight OClock Coffee, uma das mais antigas do país, e redes famosas, como a Dunkin e a Starbucks, cuja rede de cafeterias depende de blends para manter o padrão de sabor em escala mundial.
**ÁGUA MOLE EM LEGISLAÇÃO DURA**
A protagonista de um dos maiores escândalos corporativos da França é um pouco insossa: água engarrafada. Empresas francesas multimilionárias de água mineral entraram no holofote devido a fraudes industriais e impactos ambientais no setor.
O que rolou. Há um ano, uma investigação do Le Monde e da Rádio França revelou que pelo menos um terço da água mineral vendida no país era tratada ilegalmente.
Instrumentos como luz ultravioleta, filtros de carvão ou microtelas ultrafinas, comumente empregadas para eliminar bactérias, seriam usados, segundo a reportagem.
MAS TRATAR ÁGUA NÃO É BOM?
O problema é que, segundo a legislação da União Europeia, a água mineral natural, que é vendida a preços muito mais altos do que a água da torneira, supostamente é inalterada entre a fonte subterrânea e a garrafa.
Marcas como a Evian, Vichy e Perrier fizeram muito sucesso na França e no exterior graças a uma imagem atraente de encostas montanhosas, riachos correntes, pureza e minerais saudáveis.
Elas cobram mais caro nos rótulos propagando a imagem de que a água comercializada por elas é purificada naturalmente.
O “X” DA QUESTÃO
Ao admitir a filtragem da água, o setor se arrisca a quebrar o encanto do mercado. E os consumidores podem começar a pedir o que eles têm pagado para receber.
Para complicar ainda mais as coisas, surgiu a acusação de que executivos da Perrier (e da sua proprietária, a Nestlé) e ministros do governo francês conspiraram para manter a questão em segredo.
Segundo denúncias, eles encobriram relatos de contaminação e alteraram regras para que a marca pudesse continuar a microfiltragem.
E O PLANETA COM ISSO?
As mudanças climáticas estão alterando as fontes dessas águas, o que aumenta o risco de contaminação delas. Se antigamente era seguro comercializá-las alegando que não havia necessidade de filtrá-las, hoje, a história é diferente.
O setor, portanto, está em uma sinuca de bico. Por um lado, quer continuar vendendo rótulos caros sob a alegação de que são mais naturais do que as garrafas de água mais baratas. Por outro, correm um risco maior de contaminar consumidores se não mudarem seus processos.
**O QUE MAIS VOCÊ PRECISA SABER**
Brechó executivo. David Vélez, CEO do Nubank, vende US$ 435,6 milhões (R$ 2,37 bilhões) em ações do banco. A liquidação representou cerca de 3,5% dos papéis do executivo no capital social da companhia.
Contra-ataque. 99 revida e processa a Keeta, subsidiária internacional da Meituan, por suposta violação de marca registrada e concorrência desleal.
Liquidação. Depois da pressão de Donald Trump, a farmacêutica dinamarquesa Novo Nordisk cortou o preço do Ozempic pela metade nos Estados Unidos de US$ 1.000 para US$ 499.
Quase lá? Para lançar a TV interativa (ou TV 3.0), Lula quer que o BNDES financie emissoras antes da Copa de 2026.
Mais problemas na Ultrafarma. A rede é alvo de processo por suposta imitação do Carmed, hidratante labial da farmacêutica Cimed.