Walison Veríssimo

O Cidadania voltou a ter problemas internos em Goiás. Ex-presidente estadual da sigla e atual superintendente do Iphan no estado, Gilvane Felipe admitiu que avalia deixar o partido. O motivo é a aproximação do diretório goiano com o presidente da Assembleia Legislativa, Bruno Peixoto (União Brasil), aliado de primeira hora do governador Ronaldo Caiado.

“Estamos verificando todas as possibilidades, mas é fato que a permanência no Cidadania se tornou cada vez mais difícil”, disse Gilvane, em entrevista à um portal de Goiânia. De acordo com ele, congressos “grupistas”, sem convocação ampla, e a falta de espaço para a ala de centro-esquerda têm ampliado o mal-estar. “Enquanto no plano nacional se discute uma aliança de centro-esquerda, em Goiás o caminho do partido não está indo nessa direção”, completou.

Dirigentes ligados à atual direção têm ventilado a ideia de que o Cidadania pode lançar candidatura própria ao governo em 2026. Gilvane vê nisso apenas diversionismo. “É cortina de fumaça. O projeto real é compor a base de partidos controlados por Bruno Peixoto”, afirmou.

Gilvane também se posicionou em relação às declarações de Cristovam Buarque, que defendeu federação nacional com o PSB e apoio a Lula em 2026. “Tenho profundo respeito pelo Cristovam, mas ele está olhando apenas para o cenário nacional. Aqui em Goiás, a questão é outra. Desde quando arquivamos a luta contra o Caiadismo?”, questionou.

Sem citar destino, Gilvane disse que a decisão será coletiva e tomada junto ao grupo que comandava o Cidadania até recentemente e que, em 2024, apoiou Adriana Accorsi (PT) em Goiânia. “Não será uma decisão individual. Vamos ouvir as pessoas que dividem comigo essa história de militância”, afirmou.