SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Hamas aceitou uma proposta de cessar-fogo na guerra contra Israel, segundo relatos da mídia internacional. De acordo com o serviço de notícias Al Jazeera do Qatar, um funcionário do grupo terrorista palestino confirmou a aprovação do texto, que inclui um acordo de trégua e a libertação de reféns israelenses ainda em poder da facção.

Um membro do Hamas também afirmou à agência de notícias Reuters que a proposta apresentada por mediadores no Egito foi aprovada. Segundo uma pessoa próxima do assunto ouvida pela agência AFP, o Hamas aceitou o novo texto sem pedir nenhuma alteração. O grupo não se pronunciou oficialmente até a tarde desta segunda (18), tampouco o governo de Israel.

A proposta prevê uma trégua inicial de 60 dias e a liberação dos reféns antes da negociação de um acordo definitivo. Ainda não está certo quando o cessar-fogo deve entrar em vigor ou quais são as outras condições atreladas a esse novo pacto. Não houve menção a uma eventual troca de reféns por prisioneiros palestinos.

Dos 251 reféns capturados pelo Hamas durante os ataques terroristas que desencadearam a guerra em outubro de 2023, 49 permanecem em Gaza, incluindo os corpos de 27 pessoas, segundo o Exército israelense.

O ministro das Relações Exteriores egípcio, Badr Abdelatty, que visitou a fronteira de Rafah com Gaza nesta segunda (18), disse que o primeiro-ministro qatari, Mohamed bin Abdulrahman al-Thani, estava visitando o Egito para “exercer a máxima pressão sobre as partes” para que chegassem a um acordo.

Abdelatty enfatizou a necessidade urgente de se chegar a um pacto devido às terríveis condições humanitárias enfrentadas por mais de 2 milhões de moradores de Gaza, que, segundo as Nações Unidas e organizações humanitárias, estão morrendo de fome. “A situação atual em campo é inimaginável”, disse o ministro das Relações Exteriores.

A possível trégua é anunciada no mesmo dia em que a Defesa Civil de Gaza —controlada pelo Hamas— informou que outras 11 pessoas foram mortas em novos ataques israelenses.

A Anistia Internacional acusou Israel, também nesta segunda, de realizar “uma campanha de fome deliberada” em Gaza e de destruir sistematicamente “a saúde, o bem-estar e o tecido social” no território palestino.

Israel, por sua vez, já rejeitou afirmações semelhantes anteriormente, mas continua a restringir significativamente o fluxo de ajuda humanitária para a Faixa de Gaza.

Os ataques de 7 de Outubro deixaram 1.219 mortos, a maioria civis, segundo uma contagem baseada em dados oficiais. A ofensiva israelense em resposta aos atentados, por outro lado, já matou quase 62 mil palestinos, a maior parte civis, segundo dados do Ministério da Saúde de Gaza, considerados confiáveis pela ONU.