MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – Um segurança terceirizado foi preso no último sábado sob suspeita de tentar vender imagens do momento da explosão da fábrica da Enaex Brasil, em Quatro Barras (PR), por R$ 5.000.

O acidente na empresa de explosivos aconteceu na terça-feira (12). Nove pessoas morreram, e sete ficaram feridas.

Ainda não se sabe o que motivou a explosão, e o laudo deve ser encerrado nos próximos 30 dias.

A Polícia Civil afirmou que o homem confessou, em depoimento, que pretendia comercializar o material. A intenção dele seria negociar as imagens captadas pelas câmeras internas de monitoramento.

O motivo da prisão foi a violação de sigilo profissional. Durante a abordagem, o aparelho celular do suspeito foi apreendido para análise.

Após a detenção, ele foi liberado mediante a assinatura de um termo de compromisso, já que a infração foi classificada como de menor potencial ofensivo.

O acidente destruiu completamente uma área de cerca de 25 metros quadrados da planta de acessórios de iniciação, onde eram produzidos boosters, que são dispositivos usados para iniciar explosões.

As vítimas foram identificadas como Camila de Almeida Pinheiro, Cleberson Arruda Correa, Eduardo Silveira de Paula, Francieli Goncalves de Oliveira, Jessica Aparecida Alves Pires, Marcio Nascimento de Andrade, Pablo Correa dos Santos, Roberto dos Santos Kuhnen e Simeão Pires Machado.

“As imagens mostram que foi nessa troca de turno realmente. Os nove chegam para trabalhar, eles colocam o equipamento de segurança e se reúnem ali para fazer uma prece. É o momento em que a imagem é cortada e tem a explosão. Então, pelo que a gente pode analisar, eles não estavam manipulando nenhum explosivo naquele momento”, disse a delegada Gessica Andrade, responsável pelo inquérito, em entrevista à imprensa.

Em comunicado oficial, a Enaex Brasil lamentou profundamente a perda dos nove colaboradores e manifestou solidariedade às famílias, amigos e colegas. A empresa informou que segue colaborando com as autoridades para o esclarecimento das causas do acidente.

Segundo o Corpo de Bombeiros, a explosão ocorreu às 5h50. Imagens divulgadas pelos bombeiros mostraram uma grande quantidade de destroços e fumaça, além de pequenos focos de incêndio, depois controlados.

Paralelamente, o Ministério Público do Trabalho no Paraná instaurou inquérito civil para apurar as causas do acidente e investigar eventual responsabilidade da empresa. Um perito do órgão esteve no local na manhã de terça-feira para avaliar os danos.